O nosso Dudu
Dudu, em dezembro de 2014 eu achava que Corinthians e São Paulo estavam brigando demais por um jogador muito bom – mas muito caro – como você.
Mas fiquei muito surpreso e feliz quando o Palmeiras anunciou a sua contratação num domingo de janeiro de 2015 pelo Twitter. Pelo reforço que você seria para elenco tão combalido, pela mudança de patamar de investimento do clube, e pelo drible na concorrência direta. Foi ótimo.
Mas eu ainda tinha dúvidas sobre o seu futebol, Dudu. Achava muito bom o seu reforço. Mas ainda era pouco.
E achei mesmo e fiquei puto com o seu pênalti perdido na primeira decisão do SP-15, e mais ainda bravo pela agressão ao árbitro no jogo de volta, na Vila.
Dudu, confesso que quando pintaram os primeiros interesses de clubes de fora por você, logo depois disso, não via problema na sua saída.
Mas quando você fez o primeiro e o segundo gol da decisão da Copa do Brasil no Allianz Parque, em dezembro de 2015, senti que não podia ter pensado quase tudo que escrevi até aqui. Havia me precipitado. Você dera mais um chapéu em mim. Como pegaria o boné do Wanderley Nogueira da Jovem Pan no primeiro Derby vencido no Pacaembu desde 1995.
Dudu, quando você passou a jogar mais por dentro com Marcelo Oliveira em 2015, e depois com a tarja do capitão com Cuca em 2016, ganhou cada vez mais espaço no time e na idolatria verde.
Quando você fez todos os gols e assistências de 2016, e principalmente, o gol que encaminhou o enea, contra o Botafogo, senti cada vez mais orgulho por você. Até porl ter preferido ficar no clube mesmo com proposta de triplo de salário durante o BR-16.
Dudu, quando na festa do título na Paulista você me viu lá na rua e pediu para eu subir no trio elétrico campeão, como não atender ao pedido do capitão?
Quando você chorou quando sentiu a lesão contra o Barcelona de Guaiaquil no Allianz Parque, chorei junto.
Quando veio agora a proposta da China de mais de 13 milhões de euros para o Palmeiras, e o quádruplo do salário para os seus tataranetos, você disse que prefere continuar no clube que aprendeu a amar. E ser correspondido.
Dudu, vão continuar te criticando. Muitas vezes com razão, algumas com emoção, outras com despeito, e também com inveja. Não vou comparar com outros craques da nossa história. Mas, para o Brasil, hoje, e para o Palmeiras, sempre, você é o cara que disse sim para nós, e não necessariamente para o futuro dos seus netos. Mais ou menos como Santo de Oriente que em 2003 não quis trocar o Palmeiras, a moda de viola, a cachaça e o cigarro de palha pela Londres do Arsenal.
Vão dizer que você tinha que ir. Que é muito dinheiro. Que você já ganhou muito. Que você só não foi por causa da Seleção…
E não adianta explicar que não é isso. Não adianta falar que tem Palmeiras que o dinheiro não compra.
Dudu, você virou muitos jogos e mudou minha opinião várias vezes. Siga assim. Siga com a gente.
Se pra nós palmeirenses é fácil dizer sim sempre ao Palmeiras, você mostrou ao mundo como é maravilhoso poder dizer sim ao nosso amor.