Não fosse Marcos com cinco grandes defesas na primeira etapa, Zinho salvar mais um gol certo sobre a linha de meta, e Luís Mário chutar uma bola na trave, o Palmeiras teria perdido em Mogi, na partida em que o time da casa conquistou seu primeiro ponto no SP-99.

Paulo Nunes reclamou da compactação da equipe. Oséas (que havia marcado 5 gols nos 4 jogos anteriores) ficou isolado. O Palmeiras jogou pouco. Na segunda etapa, um tanto melhor até a expulsão de Galeano, aos 21. Depois a equipe administrou o empate que o manteve na liderança do Grupo 3.

Na preliminar, os Aspirantes venceram por 2 a 1. Alex e Rogério, que haviam chegado dos amistosos da Seleção na Ásia, jogaram a partida. Bravos com Felipão, mas foram a campo.

MOGI MIRIM 0 X 0 PALMEIRAS

Competição: Campeonato Paulista/Segunda Fase

Data: sábado, 3/abril (16h)

Estádio: Wilson Fernandes de Barros

Juiz: Paulo José Danelon (SP)

Renda: não disponível

Público: 13 243

PALMEIRAS: Marcos; Arce, Júnior Baiano, Cléber e Júnior; César Sampaio, Galeano e Zinho; Jackson (Pedrinho); Paulo Nunes e Oséas (Evair)

Técnico: Luiz Felipe Scolari

Expulsões: Galeano

Felipão não quis saber. Depois de voltarem dos amistosos da Seleção de Luxemburgo na Ásia, Alex e Rogério pediram para serem poupados do jogo em Mogi Mirim. Nada mais justo. Menos para o treinador: de fato eles não jogariam na equipe principal. Mas no time de Aspirantes, que faria a preliminar, duas da tarde, no interior…

“Teremos 8 jogos em 14 dias. Precisamos de todos disponíveis. Passar no banco para pegar o salário ninguém reclama”…

Rogério e Alex chegaram na véspera do jogo, pela manhã, depois de 3- horas de voo. Conversaram com Felipão. E receberam a má notícia.

“Não fomos passear. Defendemos a Seleção. Não é só o cansaço da viagem. É o fuso horário. Melhor seria descansar neste sábado…”, lamentou Alex.

Felipão queria um time ligado contra o lanterna. O Corinthians só eliminara o Treze nos pênaltis, na Copa do Brasil. O Santos caíra diante do Goiás, na Vila.

Arce levou ovada no treino pro aniversário de 28 anos.

O desempenho irregular do time fazia o treinador pensar em mudanças em nomes mais do que no 4-3-1-2 adotado por quase toda a temporada então decepcionante.

Jackson e Alex disputavam a titularidade na função de meia-atacante. Felipão parecia pender mais para o ex-meia do Sport, muito menos técnico e criativo, mas mais dinâmico. Na lateral, até Arce, homem de confiança de Felipão desde o Grêmio de 1995, corria risco. Rogério era versátil e mais rápido. Estava servindo a Seleção. E poderia retornar como titular.

O absurdo calendário que poderia fazer o Palmeiras jogar até 52 jogos no primeiro semestre de 1999 continuava cobrando fatura. Depois de perder na quarta à noite para o Corinthians, no Morumbi, pela Libertadores, na sexta o Verdão voltava a campo, em Brasília. Vitória por 1 a 0, gol de Rogério, com apenas cinco titulares.

O jogo também por isso foi fraco. O único gol foi de Rogério, improvisado na lateral-direita. Ele marcou de falta, aos 30 do primeiro tempo.

No segundo tempo, o Gama poderia ter empatado, mas ficou nisso.

Se por um lado boa parte da equipe descansara, ao mesmo tempo Felipão não conseguiu cancelar o jogo de volta.

Marcos seguia na meta. Mas se questionava sua titularidade. Gente da comissão técnica queria Sérgio como titular enquanto Velloso não se recuperava de lesão.

Menos de 48 horas depois, no domingo à tarde, tinha o terceiro jogo do SP-99, contra o Guarani.

GAMA 0 x 1 PALMEIRAS

Copa do Brasil/Segunda Fase

Sexta-feira, 19/março (noite)

Mané Garrincha

Brasília (DF)

Juiz: Jorge dos Santos Travassos (RJ)

PALMEIRAS: Marcos; Rogério, Júnior Baiano, Agnaldo e Rubens Júnior (Júnior); César Sampaio, Paulo Assunção e Galeano; Jackson (Evair) e Alex (Pedrinho); Paulo Nunes.

Técnico: Luiz Felipe Scolari

Gol: Rogério 30 do 1º

O próprio Oswaldo de Oliveira não se considerou ainda apto a dirigir o Corinthians e pediu à direção do clube a contração de um treinador mais experiente, depois de um mês de trabalho. Assim fez o Corinthians que contratou Evaristo de Macedo, demitido dois dias antes do Flamengo. Oswaldo seguiria como auxiliar-técnico do Corinthians, na semana da estreia na Libertadores, contra o Palmeiras.

Felipão testava variantes táticas para o Palmeiras. Ele não vinha gostando das atuações de um time que voltará antes das férias mais curtas que a dos rivais, e que também não estava pronto fisicamente. Roque Júnior foi testado mais uma vez como volante no lugar de Rogério. Ele também poderia compor a zaga, pelo lado direito, com Júnior Baiano na sobra e Cléber pelo lado esquerdo. Arce e Júnior passariam a atuar como alas, mais à frente.

Paulo Nunes se recuperara da lesão no tornozelo. Jogaria o clássico. Ou com Oséas ou com Evair no comando de ataque.

Felipão já havia avisado na véspera de Palmeiras (com os reservas) 1 x 5 Vasco (quase completo) pelo Rio-São Paulo-99 que o time escalado no Palestra na estreia da temporada estava “longe de ser competitivo”. E o treinador previa uma partida ainda pior contra o Santos, no dia seguinte. “Não passaremos do primeiro turno do Rio-São Paulo, já que os jogadores que voltaram ontem das férias só estarão disponíveis em 6 de fevereiro”.

Ele iria manter o mesmo time reserva da goleada diante do Vasco. E também mantinha as críticas à diretoria do clube, não da cogestora Parmalat:

– Se não conseguimos nem renovar os contratos dos nossos jogadores, os que estão indo a campo não têm responsabilidade nenhuma pelo que possa acontecer.

O titular da meta Velloso, o volante Rogério (foto) e o lateral Rubens Júnior seguiam sem vínculo.

– Não sou pessimista. Sou realista. Não acredito em Papai Noel. Tenho um time de juvenis, juniores e profissionais sem ritmo de jogo para enfrentar times melhor preparados como o Santos.