O Palmeiras anunciou na última quinta-feira (12) nas redes sociais a rescisão contratual de Dudu, maior campeão da história centenária do clube. Sem homenagens, o clube optou por um post frio nas redes sociais, escancarando a ‘guerra interna’ entre a presidente Leila Pereira e o jogador.
O clube e a presidente deram os ombros para a saída de Dudu, que possivelmente será novo reforço para o Cruzeiro. A ingratidão, com ares de crueldade para um atleta que fatalmente é top-10 maiores ídolos da história centenária do Palmeiras e maior campeão da história do clube, com 12 títulos, infelizmente não é novidade para a instituição.
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A saída de Dudu relembra o término com outro ídolo, o goleiro Oberdan Cattani. A saída do arqueiro do Palmeiras em 1954 está entre os episódios mais controversos da centenária história do clube. Se hoje quem frequenta a sede social do Verdão em Perdizes se depara com o bonito busto do arqueiro ao lado de Admeir da Guia, Dudu, Waldemar Fiume, Marcos e Junqueira, o imortal da Arrancada Heroica de 1942 viveu a maior decepção de sua carreira quando teve o contrato rescindido pelo Alviverde.
Apaixonado pelo Palestra Italia, Oberdan tinha personalidade forte, assim como Dudu. Em 13 anos de clube discutiu por vezes com conselheiros, treinadores, cartolas, presidente e, da mesma maneira que o atual camisa 7 não venceu a queda de braço contra a presidente, o goleiro só não venceu o então presidente Pascoal Giuliano, nome que o histórico ídolo se recusava a dizer.
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Depois de 351 partidas com o P no peito, Oberdan sofreu sua maior derrota naquela tarde de 1954. Em um treinamento, o preparador físico o aconselhou a falar com a direção. Ninguém teve coragem de dizer que o clube não contava mais com o goleiro. Deixaram o passe livre sobre a mesa. Covardes!
Titular em 1953 e fisicamente inteiro com 35 anos, goleiro estava disposto a continuar no Palmeiras até mesmo como treinador de goleiros ou funções internas. A diretoria ofereceu apenas o cargo de cobrador de associados no clube social. Era pouco para quem somava nove taças com o clube – até hoje, segundo goleiro mais vencedor, atrás apenas de Weverton, com 12.
Ele negociou com o Juventus, onde fez um ótimo Campeonato Paulista em 1954. Na competição, chegou a enfrentar o ex-clube, o que acabou usado indevidamente como justificativa para descartar a confecção de um busto em sua homenagem ao longo dos anos – mas não há nada a respeito no estatuto do clube. A ingratidão durou décadas para um torcedor que se tornou goleiro e ídolo.
Falecido em 2014, Oberdan não viu o sonhado busto, inaugurado em 2015. O arqueiro, no entanto, soube, anos antes da morte, que o projeto estava se tornando realidade, com a aprovação da homenagem em 2013. Os livros de história recolocaram Oberdan no seu devido lugar dentro da Sociedade Esportiva Palestra e aqueles que dispensaram o ídolo pouco são lembrados. Que Dudu possa superar a ingratidão e que a história faça sua parte para o eterno camisa 7. Até breve, ídolo.