Editor deste site, Rafael Bullara é um palmeirense de manual. Está em absolutamente todos os jogos desde que se reconhece por gente, levou o legado ao filho, bem como o recebeu de pais e avôs. Trabalha com isso 24h por dia, 7 dias por semana. Hoje, ele disse assim: “a impressão é de que todos somos nenhum”.
Não fui ao Allianz Parque para ver Palmeiras e São Paulo, primeiro do ano que vejo à distância, mas o diagnóstico cresce: da arquibancada – que briga entre si – ao campo, passando pela desastrosa administração do futebol, as partes do clube não se encaixam, o coral está desafinado, e preocupa muito.
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Na coletiva, Abel se apoia em conquistas do passado, nos “créditos que temos”, na suposta relevância que um título tem pro Palmeiras e pros seus rivais. Ainda que viva bastante o clube, frases desta natureza soam como desconhecimento de causa. Em qual mundo o palmeirense não celebra derrubar seus maiores rivais? Esse orgulho é infinitamente maior do que os milhões de reais de uma taça vencida.
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No campo, Veiga e Ríos saem no meio de um empate modorrento, o time passa 45 minutos (ou 62) sem causar problemas ao gol do remendado São Paulo, que nem precisou escalar suas cartas principais. Um arremedo de adversário que foi fazendo o básico para controlar o básico Palmeiras. Do banco, Abel só reagiu para reclamar a horrorosa decisão do árbitro em não dar vantagem num lance importante.
Leila Pereira, a maior vilã deste conto, concedeu entrevista pré-jogo e disse que cumpre todas as suas promessas: qual foi cumprida, presidente? Ingressos acessíveis? Não. Uniformes mais baratos? Não. Reforços de nível A? Também não. O que sobra? A piscina não interessa, as pizzas também não. A festa com Jota Quest e Ivete Sangalo, se eu não estiver confuso, não entram pra sala de troféus.
Todos somos nenhum, né?
