Agora são 367 vitórias, 295 empates e 338 derrotas em clássicos paulistas, desde 1915.
O Nosso Palestra elenca 9 + para lembrar sempre:
Data: 12/06/1993
Local: Morumbi
Renda: C$ 18.154.900,00
Público: 104.401
Juiz: José Aparecido de Oliveira
Gols: Zinho 36’, Evair (74’ e 9’ da prorrogação) e Edilson (84’)
PALMEIRAS: Sérgio; Mazinho, Antonio Carlos, Tonhão e Roberto Carlos; César Sampaio, Daniel Frasson e Zinho; Edilson (Jean Carlo); Edmundo e Evair (Alexandre Rosa)
Técnico: Wanderley Luxemburgo
CORINTHIANS: Ronaldo; Leandro Silva, Marcelo, Henrique e Ricardo; Marcelinho Paulista, Ezequiel, Paulo Sérgio e Viola; Neto e Adil (Tupãzinho/Wilson)
Técnico: Nelsinho Batista
Dezesseis anos e nove meses sem títulos. É muito tempo. Mas o intervalo de 6 até 12 de junho de 1993 pareceu maior. Entre a derrota no primeiro jogo decisivo do Paulista e a consagração eterna no Dia dos Namorados, o palmeirense sofreu não só pelas dúvidas e dívidas. Também pelo adversário que se perdeu pela boca e, logo depois, mais uma vez, também na bola.
Na derrota por 1 a 0 no primeiro jogo, o Corinthians foi o que não era no campeonato – melhor que o Palmeiras. Mas quem se acha se perde. Na celebração do gol, Viola imitou o porco que o Palmeiras adotara em 1986. Ninguém havia comemorado um gol assim. Ninguém nunca mais celebrou depois. A raiva que tomou o Alviverde inteiro durante a semana ajudou a acabar com o jejum. O Palmeiras veio com fome para a segunda partida.
Os 11 que entraram em campo subiram ao gramado do Morumbi na fria tarde de sábado de 12 de junho com cara de nenhum amigo. Sobretudo o Matador, Evair. Ele estava fora do time titular havia 52 dias, por lesão. Ficara cinco meses afastado do clube, em 1992, por decisão do técnico Nelsinho Batista – o treinador corintiano em 1993.
José Aparecido de Oliveira foi o árbitro que corretamente deu cartão amarelo ao zagueiro Henrique com três minutos. Mas errou ao só expulsá-lo aos 39 minutos. Quando Zinho já havia feito 1 a 0, aos 36, depois de passe de Evair.
Aos 41, o maior erro do árbitro foi nada ter feito com a entrada violenta de Edmundo em Paulo Sérgio. Animal que, aos 17 do segundo tempo, cavou a expulsão justa de Ronaldo. Na confusão, o goleiro alvinegro se atirou quando Tonhão foi infantil ao chegar perto dele e acabou sendo erradamente expulso.
Evair ampliou depois, em grande lance de Mazinho. Edilson fez 3 a 0, em rebote de chute na trave de Evair. Na prorrogação, bastava o empate. Até Ricardo derrubar Edmundo, aos 7 minutos. Pênalti e expulsão do volante Ezequiel.
Evair mal aguentaria 90 minutos. Já eram 99 quando ele correu para a bola. Antes mesmo de tocá-la, ele sacou que faria o gol do título. Tudo que ele via e nada ouvia virou. Evair passou a ouvir tudo de todos no Morumbi e pelo Brasil. Mas dali em diante não conseguiu enxergar mais nada de tamanha emoção. O Matador e os palmeirenses saíram dos 16 anos sem título para a eternidade quando a bola cruzou a meta alvinegra.
Quatro a zero. Aos 101 minutos de luta, o centroavante deixou o gramado. Mas ficou atrás da meta corintiana para ver, na prorrogação, um gol de Edmundo ser mal anulado. Quando acabou o jogo e o jejum eram 18h31. O minuto da segunda vitória eterna do Dérbi. 1974. 1993. Mais não é preciso contar.