(Foto: Rebeca Reis/Palmeiras)
Uma das maiores promessas do futebol feminino brasileiro, Ary Borges esteve em live no canal do Nosso Palestra no YouTube, na noite desta segunda-feira (25). A craque palmeirense comentou a possibilidade de o Brasil sediar a Copa do Mundo de Futebol Feminino em 2023. Em março do ano passado, o país se candidatou oficialmente a receber a próxima edição do torneio.
“Eu acho que a gente não tá preparado. Talvez daria uma bela mascarada em tudo que a gente vem passando. Até a pandemia tem desmascarado tudo que envolve o mundo do futebol feminino, com o que tem acontecido com os clubes, em questão de dinheiro… Então, ao mesmo tempo eu queria, mas não apoio, porque mostraria uma realidade que a gente não vive", ponderou a camisa 8 palmeirense.
O cenário do futebol feminino no Brasil existe há décadas, mas sofreu total reformulação após uma determinação de 2018 da CONMEBOL. A entidade definiu que, a partir de janeiro de 2019, os clubes de elite do continente deveriam montar equipes femininas. O time que não cumprisse essa exigência seria proibido de disputar competições continentais.
Com isso, muitos clubes, inclusive o Palmeiras, correram atrás de montar times femininos. Entretanto, por se tratar de um naipe ainda subvalorizado em termos de apelo, patrocínio e atenção dos próprios dirigentes (de forma geral no Brasil), a modalidade possui muitas fragilidades no país. Por isso, Ary crê que uma Copa do Mundo aqui apenas mascararia a real situação que essas atletas vivem.
A realidade atual é ainda pior, devido ao novo coronavírus. A crise causada pela pandemia afetou diretamente os clubes, que, em sua maioria, cortaram investimentos em todas as áreas, principalmente nas de menor apelo. Vale ressaltar que o Palmeiras não cortou um centavo da equipe feminina, incluindo jogadoras e comissão técnica.
A meio-campista mostrou preocupação com a doença e afirmou que não cabe, hoje, discutir Copa do Mundo: "Não é o momento de a gente pensar nisso. Acho que o Brasil hoje tem outras prioridades. Quem sabe num outro ano, com as coisas melhorando, que a modalidade continue crescendo, e aí sim a gente vai poder se orgulhar e eu seria a primeira a incentivar a Copa aqui no país."
Assista ao bate-papo completo com a Ary: