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A história de Gabriel

A história de Gabriel

Gabriel sentava na beirada da cama toda noite com um fone de ouvido e um pedaço de papel e viajava. O Pensador fez música essa história que é sua vida. Em Linhas Tortas, faz poema sua jornada. Conta sobre as noites que virava ao construir seus sons, suas letras, seus sonhos e suas ideias. Gabriel é o exemplo de sucesso do causo diário de todos nós que fazemos das palavras a nossa vida.

Não fazemos jornalismo pra viver. Até gostaríamos, sonhamos, idealizamos, rezamos pra ser, mas não é. Fazemos pra sobreviver, para dar vazão à paixão de falar do nosso maior amor, do que fomos crianças brincando de bola com os pais, do adolescente que comprava briga na escola pra defender as cores que preenchiam a breve história ao lado do futebol. Nascemos assim.

Nos conectamos diariamente com vocês que dão água pro nosso sonho crescer, que batem quando acham que erramos, que compram nossas brigas, que olham nossos textos, nossas análises e nossos desabafos. Seguem nossas histórias pelas redes sociais, celebram nosso trabalho. É grande demais. São linhas que viciam, que nos obrigam a mais, que causam um desejo infantil de nunca parar, nunca acomodar. Por mais que nossos pais não entendam nossas madrugadas ás claras com um bloco de notas na mão, a hora de assinar e publicar um conteúdo resolve toda a equação. Vale.

Quisera eu, nós, fôssemos incontestáveis talentos com as palavras, mas sorte de todos que existem poemas que falam por nós e a história de Gabriel diz que:

"Tudo começou na aula de português
Eu tinha uns cinco anos, ou talvez uns seis
Comecei a escrever, aprendi a ortografia
Depois as redações, para a nossa alegria
Professora dava tema-livre, eu demorava
Pra escolher um tema, mas depois eu viajava
E nessas viagens os personagens surgiam
Pensavam, sentiam, choravam, sorriam"

Não escrevo notícia por falta delas, mas por excesso. Vocês sabem tudo, toda hora, todo dia, toda vez. Ela é indomavelmente rápida, incontrolável, alucinante. Nossa vida real, também. É preciso fazer dinheiro. Ficar famoso e rico, por melhor que seja, não é a nossa meta. A gente quer falar do que sente. Despertar consciência, servir de reflexo para quem nos vê como exemplo. Escutar os corações de quem sofre e não tem onde compartilhar. É ser a voz do mundo.

Perdoem quando não estivermos totalmente ligados no que vocês leram na tevê. Nossa máquina de escrever bate muitos por segundo, mas ainda é esperança. Ainda é a luta apaixonada por uma causa. Um dia seremos as linhas definitivas do nosso clube, da missão da palavra que nos foi dada, conquistada. O Nosso Palestra vive de sonhos. E de Gabriéis. Afinal,

"Então eu descobri que já nasci com esse problema
Eu gosto de escrever, eu gosto de escrever, crer, ver
Ver, crer, eu gosto de escrever e escrevo.."