Arte da taça de Dani Resende
Arte do pênalti de Thiago Rocha
Em 103 anos de Palestra, 75 anos hoje de Palmeiras, títulos do Campeão do Século XX sobram. Vitórias épicas do maior campeão nacional do país mais vezes campeão mundial também não faltam.
Mas a Arrancada Heroica vai muito além da vitória que mais celebrei, por Zinho mais Evair, no Dia da Paixão Palmeirense, em 1993. É do tamanho da América que São Marcos nos guardou. É do tamanho do Rio da Copa de 1951 que conquistamos ao empatar com a Juventus da Itália do Palestra.
Além de mandar pra fora de campo a ignorância, intolerância e violência da ditadura que mudou nosso nome, palestrinos e palmeirenses conseguiram ser campeões no primeiro jogo que não foi até os 90 minutos por desistência do adversário que antes tentou tirar Echevarrieta do campeonato, o Palestra de campo, o campo do Palestra, o torcedor do sério, os italianos das ruas e das suas e, depois, ainda tentou anular o campeonato.
A Arrancada Heroica começa muito fora de campo e vai muito além do tempo.
Não é a maior vitória ou título do Palmeiras. Mas é a vitória de uma associação de pessoas e ideais sobre as ideias dissociadas da realidade e distantes do respeito.
Não foi o clube que arrancou heroicamente o título. Foi o respeito pelo berço que ganhamos no braço, nos pés, na cabeça e no coração.
O Palestra nunca foi tão Brasil, Itália, São Paulo e tão nosso quando foi Palmeiras pela primeira vez.
Só o Palmeiras para conseguir durante os anos superar o nosso primeiro jogo. Nossa partida rumo à vitória definitiva: sermos o que somos. Nem mais, nem menos. Apenas Palmeiras. Há 75 anos transformando lealdade em perdão.