Os tambores ecoaram pelo Brasil, ontem, como abre alas pra a estreia do Palmeiras na Libertadores. Era o mesmo enredo da edição passada do torneio. Mesma cidade, mesmo rival, mesmo campo. A mesma condição de favorito, o mesmo início arrasador. A diferença fatal foi a discreta evolução de um time que pode fazer muito samba.
Vinte minutos ótimos, de manual, agradabilíssimo de se ver e ouvir. O gol saiu cedo, em jogada que dispôs da capacidade padrão de passe do Dudu e da versatilidade do meia que ataca o espaço, que recebe em profundidade e decide. Golaço de Gustavo Scarpa, o cara que, enfim, achou seu ritmo, seu compasso. O problema seria o samba de uma nota só que aconteceria na sequência do lindo gol!
Nada houve nos 80 minutos restantes. Poderia contar em texto, ou em música, mil e uma situações de um time que pode dar tanto, que poderia jogar tanto, mas que, por estratégia, preferiu esperar e sabia que a oferta do adversário seria bem pequena, quase insignificativa. Felipão é genial, sim, mas isso nem sempre quer dizer beleza, vigor ou prazer ao assistir. Foi feio.
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80. Uma expulsão
Moisés veio ao jogo com o intuito claro que reorganizar e reger uma cadência que vinha claudicante. Hyoran debutou em 2019 ao substituir Dudu, que fez um belíssimo passe e saiu de cena. Thiago Santos ainda fez presença para fechar os portões e encerrar a passagem dentro do que pediu o chefe. Nada que mereça nota, mas que segue funcionando, como costuma ser.
Nos descontos, Borja coroou o bom jogo que fazia ao correr pra lá de 50 metros, proteger a bola e encontrar Marcos Rocha, que fez jogo praticamente perfeito, de frente pro goleiro colombiano e vê-lo tocar por cobertura. O segundo gol matava a partida, que pouco viveu em 90 e tantos minutos.
Não foi vistoso, não foi dominante, mas não foi inseguro, não foi inconstante ou mau intencionando. Foi Felipão por essência, foi estratégia e resultado. Eu ainda sou só um jornalista recém formado e que faz análises pós jogo e ama carnaval. Ele é o atual campeão nacional de penta do mundo. Eu prefiro seguir acreditando no fim, mesmo discordando dos meios.