“Atenção para o toque de 5 segundos”
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“Hoje é dia de Palmeiras e Santos, na Arena Palmeiras, pelo Campeonato Paulista de 2018..”
Dia 4 de Fevereiro. Nossa última vez. Lá nessa tal arena de nome esquisito aí. Eu só conheço o Allianz Parque, mas tudo bem. Sabe aquele nosso amigo que não tem condições de assinar um serviço de televisão a cabo? Então, ele já acumula mais de um mês de saudades.
Existe vida na censura? Até existe. É dura, é cruel. A ditadura formal acabou há décadas. A informal, se acumula de dez em dez dias. Você não vê, você sente. Você infere. Ela fere um direito básico, mas basicamente não te deixa notar. A saudade anuncia, mas as renúncias para reconquistá-la está em poucas mãos que estão muito, mas muito omissas. Ou atadas. Com as cartas marcadas. As tabelas pré-confeccionadas.
A verdade, leitor que comigo torce, é que nossa torcida está às margens de um sistema de televisão Global que, cada dia mais, segmentada. É Corinthians, um pouquinho de São Paulo e uma migalha clássica (e necessária para o disfarce de todo dia) de Palmeiras. É uma decisão de campeonato aqui, um joguinho acolá. O sistema não quer que seu amigo, aquele de longe, pratique Palmeiras pela televisão aberta. Quer ver, pague. Pague bem. Pague sua paixão. Marinho(eiro) em busca de tesouro.
Se o sistema omite, e assim acontece, o omitido tem uma única opção: não se omitir. A pior parte de alguém que é colocado nessa situação de inferioridade, ele tem a obrigação moral por si e pelos seus de reagir. De contestar. De ter a postura que exige de seus atletas. Porque um colarinho branco eximiria tal postura? Não. Não pra nós. A televisão pode tentar esconder, o clube faz e acontece, aparece pra sua torcida e aponta de onde o sistema é controlado.
O Palmeiras é vítima. Pode ter sido cúmplice, indiretamente. Contratos assinados, acordos selados. Tem que ser selado, registrado, carimbado, avaliado, rotulado se quiser voar, meu presidente. Raul dizia. O rock diz. A postura de um clube que nasceu inquieto, contestando sistemas, combatendo e peitando. Nasceu campeão por ser assim. Já centenário, biologicamente, perde-se vigor, mantém-se o espírito, a ética.
Pedimos, aqui, um mês e meio sem televisão aberta depois, que nossos atletas marcassem o retorno de um time inquieto e que lutasse por nós. Hoje, que o sistema seja menos enforcado, menos destruído e minimamente justo. Queremos o ALLIANZ PARQUE nas finais, queremos horário nobre, queremos o país todo, o pobre, o preto, o verde e o branco, vendo, torcendo e se divertindo.
Esse é o papel da imprensa. O pedido tá transmitido. Agora, é com vocês. Justiça, ao menos um pouco.
“Agradecemos sua audiência
Até a próxima!”