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Agustina fala sobre Libertadores e se declara ao Palmeiras: 'Me sinto em casa'

Em podcast, zagueira também comentou sobre sua infância, relatando ofensas sofridas ao jogar futebol ao lado de meninos

(Foto: Fabio Menotti)
(Foto: Fabio Menotti)

O Palmeiras Feminino está na disputa do Brasileirão, mas já pensa também na Libertadores, que será a primeira da história do clube. Por isso, as atletas Agustina e Thaís concederam uma entrevista ao podcast “A Glória é delas”.

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No episódio, a argentina comentou sobre a sensação de disputar a competição mais uma vez. A jogadora foi campeã em 2017, pelo Corinthians, mas afirmou que usar as cores do Verdão no torneio continental é diferente.

– Dessa vez é bem diferente. O amor e o vínculo que criei com o Palmeiras é diferente. Tenho todo o respeito pelo Corinthians, me abriram as portas, me deram a oportunidade de ganhar a Libertadores. Mas aqui é diferente, me sinto em casa, tenho um carinho muito grande com o clube e a torcida.

– Com o Palmeiras está sendo bem diferente. Passei por vários clubes no Brasil, mas no Palmeiras eu me achei. Me sinto bem. Quando aconteceu a renovação, foi uma coisa que me deixou muito feliz. A expectativa para a Libertadores é enorme, o elenco todo está com essa energia. Sabemos que é um título muito importante para deixar o Palmeiras na história do futebol feminino. Ainda falta um pouco, temos de nos preparar para os campeonatos locais. Mas a Libertadores eu quero.

Agustina comemora gol marcado diante do Grêmio. (Foto: Livia Villas Boas/Staff Images Woman/CBF)

Além disso, a zagueira falou sobre o início de sua carreira. Quando criança, a atleta jogava ao lado de meninos de sua idade, mas, por ser mulher, era vítima de ofensas. Por isso, optou por cortar o cabelo para tentar se disfarçar dentro de campo.

– Algumas situações foram bem difíceis. Até chegaram a doer. Quando a gente é mais nova, não entende certas situações. Hoje, vejo um pouco mais longe e entendo. Não aceito, mas entendo. Eu cheguei a cortar o cabelo, pedi para a minha mãe. Como eu não estava feito uma mulher, não dava para me identificar. Então falei: “Mãe, corta o meu cabelo que não vai dar para me identificar”. Essa foi a história que mais me marcou. Minha mãe falou que eu não precisava cortar o cabelo para fazer o que me amava, mas que, se era minha decisão, ela me apoiava. Minha família foi e é minha base em tudo. Mesmo sofrendo, minha família sempre falou: “Faz. Quer sair de casa, ir para o Brasil, vamos sentir saudades, mas a gente te acompanha”.

– Cortei (o cabelo). Os meus pais são professores de educação física. Para eles, uma menina fazer um esporte é normal. Acho que para ela, o difícil foi o porquê do pedido. Até hoje pergunto para eles como eles não reagiam quando íamos ao campo, porque os pais xingavam. Isso que me chama mais atenção, os pais dos meninos. Eu admiro demais os meus pais. Eles me deixaram uma mensagem tão grande que vou levar para o resto da minha vida.

Agustina chegou ao Palmeiras em 2020. Na equipe, a zagueira atuou em 62 confrontos, marcando seis gols e levantando duas taças (Copa Paulista 2019 e 2021).

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