Empatados em pontos ao final dos turnos, Palmeiras e Santos foram para o jogo de desempate do Campeonato Paulista de 1959. O Supercampeonato – pelo equilíbrio e qualidade das equipes.
Quem vencesse o jogo seria campeão. O que o Palmeiras não conseguia em São Paulo desde 1950, desde as míticas Cinco Coroas. O Santos de Pelé buscava o bi. A primeira partida terminou 1 a 1. No segundo jogo, também no Pacaembu, o Palmeiras virou para 2 a 1 e seria campeão não fosse o segundo pênalti para o Santos: 2 a 2, placar final.
Em 10 de janeiro de 1960, no Pacaembu, o campeão sairia nos 90 minutos ou em prorrogações até sair o vencedor. Tinha de ser naquele dia. Tinha de ser Palmeiras.
O técnico Oswaldo Brandão manteve a formação com Romeiro improvisado na ponta esquerda, mas fechando o meio-campo. O Santos vinha com tudo. Menos contra o Palmeiras. Pelé abriu o placar, aos 14, numa bomba indefensável para Valdir.
Em seguida, atingido por Carabina, o atacante Pagão fez mais número que outra coisa. O Palmeiras cresceu. Julinho Botelho, ainda mais. Saiu da ponta direita, a dele. Foi armar o jogo, finalizar, fazer tudo. Como faria o gol de empate, aos 42 do primeiro tempo.
O ataque de 151 gols do Santos era espetacular. Mas não era Palmeiras. O time de Pelé só não ganhou mais títulos, entre 1958 e 1970, na Era de Ouro do Futebol Brasileiro, por existir uma Academia que dava aula de bola.
O respeito era mútuo. A catimba também. Só para as equipes entrarem em campo foram 20 minutos, uma esperando a outra. O Palmeiras foi primeiro. E voltaria por último ao vestiário. Festejando o título e a virada conquistada no golaço de falta de Romeiro, aos três minutos do segundo tempo. O Sputnik Brasileiro mandou um foguete que Laércio não viu. O goleiro santista faria alguns milagres no segundo tempo. Mas nem Pelé conseguiu empatar o clássico.
O Palmeiras voltava a ser campeão. Supercampeão paulista. Contra um supervice que não conseguiria ser campeão da Taça Brasil de 1960 por causa do Palmeiras. Verdão que seria campeão paulista em 1963 e em 1966, impedindo vários títulos seguidos do Alvinegro praiano.
Para Pelé, “sempre foi um prazer jogar contra o Palmeiras. Era um time muito técnico que jogava e deixava jogar. Eu ficava tranquilo antes de enfrentá-lo por saber que daria um grande jogo, sem pontapés”.
Era o Verdão que ganhava na bola. Iniciando com a conquista de 1959 um período especial na vida do clube e do próprio futebol brasileiro, que viveu o auge verde-amarelo durante o apogeu alviverde.
Data: 10/01/1960
Local: Pacaembu
Renda: Cr$ 3.076.375,00
Juiz: Anacleto Pietrobon
Gols: Pelé (14’), Julinho (42’) e Romeiro (48’)
PALMEIRAS: Valdir; Djalma Santos, Valdemar Carabina, Aldemar e Geraldo Scotto; Zequinha e Chinesinho; Julinho, Nardo, Américo e Romeiro
Técnico: Oswaldo Brandão
SANTOS: Laércio; Getúlio, Urubatão, Formiga e Dalmo; Zito e Jair Rosa Pinto; Dorval, Pagão, Pelé e Pepe
Técnico: Lula