Santo André 0 x 1 Palmeiras. SP-94. Veja pela Band
O Palmeiras x Santo André da minha cabeça é o do título paulista de 1994. Quinta-feira de maio, mês das noivas. Da Dani e do Tata, amigos que se casavam naquela noite de bicampeonato paulista. Da festa que cheguei tarde no buffet. Depois de mais uma festa palmeirense no SP-94.
Nunca celebramos tantas vezes um campeonato. Era o primeiro por pontos corridos em São Paulo desde 1972. Quando também fomos campeões com a Segunda Academia. Invictos. Desta vez não deu para não perder jogos. Mas não tinha como aquela Via Láctea da Parmalat perder o bi paulista numa temporada em que o clube seria bi brasileiro, em dezembro. De novo contra o Corinthians.
As várias festas do título de 1994 começaram no triste primeiro de maio, no Morumbi, horas depois da morte de Ayrton Senna. Virada por 3 a 2 contra o São Paulo, com show de Evair. Ali o título estava encaminhado. Mas não definido. Enorme celebração. Mas ainda contida.
Na sexta-feira seguinte, a vitória apertada no Palestra contra o Mogi pelo mesmo placar, com dois gols do Matador Evair, artilheiro do SP-94. No domingo, um golaço de Rincón contra o Ituano, mais o empate entre São Paulo x Corinthians no Morumbi, fez o Palmeiras celebrar o resultado como título. Até com improvisada volta olímpica no gramado do Palestra com 27 mil torcedores.
Mas faltavam os dois pontos finais. A vitória não valia três. Mas aquela valeu por todas no SP-94. Em Santo André, contra o Ramalhão de Jorginho Cantinflas (nosso jogador entre 1990 e 1992, treinador em 2009), com Jair Picerni no banco deles, o Palmeiras mesmo com a zaga reserva foi superior.
Aos 17, Mazinho (que dois meses e dois dias depois seria titular do Brasil tetracampeão mundial nos EUA) cruzou com efeito na cabeça de Evair. Na marca de pênalti onde ele era fatal. Na fase em que ele era letal. 1 a 0 Matador. 1 a 0 Palmeiras. No abraço campeão da foto entre César Sampaio e Evair. O capitão levantando o primeiro troféu naquela noite no ABC.
Praticamente não houve mais jogo. Mesmo. No segundo tempo, a torcida invadiu o gramado do Bruno José Daniel. Levou um tempão para a bola voltar a rolar. É o que lembro do jogo. Gol de Evair, invasão de campo com mais uma volta olímpica, eu chegando pra dança final e pra cafezinho no casamento dos amigos queridos.
No domingo teve faixa no peito. Mais uma vez não carimbada. Mais uma vez com direito a golaço contra o Corinthians. Como no SP-76 com Jorge Mendonça, Edilson fez um golaço em outro 2 a 1 de troféu erguido. A terceira volta olímpica seguida.
SP-94. Penúltima rodada. Jogo do título.
Data: quinta-feira, 12/maio (noite)
Estádio: Bruno José Daniel
Cidade: Santo André (SP)
Juiz: Renato Marsiglia (SP)
Renda: Cr$ 100 795 000
Público: 10.839
PALMEIRAS: Gato Fernández, Cláudio, Tonhão (Alexandre Rosa), Ricardo (Amaral) e Roberto Carlos; César Sampaio e Mazinho; Rincón e Zinho; Edilson e Evair
Técnico: Wanderley Luxemburgo
SANTO ANDRÉ: Sílvio, Marcão, Agnaldo, Correia e Cipó; Candeias, Marcos Paulo (Zinho), Marquinhos, Jorginho e Rizza; Claudinho
Técnico: Jair Picerni
Gol: Evair 19 do 1º