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Amor da minha vida

Amor da minha vida

"Love of my life", como tentou cantar Freddie, no Rock in Rio de 1985, na cidade maravilhosa, e foi interpelado por uma multidão fora de qualquer controle, é como me sinto, agora. Fiz da vida, um lugar pra escrever, para fazer especial um texto, fazer um texto de um momento especial, mas não sei se é possível, hoje. Todos vocês escrevem comigo, escrevem com o Nosso Palestra. O que dizemos, vocês sentem. Na primeira palavra, a frase se constrói como música na boca de toda nossa família. Desde nosso líder. Como essa história.

Bryan conduziu aquela música com os acordes da guitarra e a multidão foi junto. Carregou, conduziu, deixou sem palavras o homem que propôs “viver pra vencer”. Como nasceu Felipão, o senhor dos resultados, o homem forjado para a glória. Não importam quantas gravadoras quisessem recusar Bohemian Raphsody, eles seguiram na confiança inabalável que era o certo, era a manutenção do sonho, era confiar no que pensavam. O homem de bigodes e convicções eternos jamais muda de trajeto. Fecha, confia, une, convence e vence. Não importando, como cantamos, o que se diga.

O coração não tem território marcado, ele é virgem de nascimento e vai tomando forma pelas paixões que adquirirmos na vida. É como um papel em branco em que surgem linhas ébrias até tornarem-se hinos. O torcedor é o mais precoce apaixonado, na vida. Mal cresce e já sente que é tomado por alguma coisa anormal, um sentimento sobrenatural, uma paixão sem qualquer sentido. Preenche um pouco do branco. Já é capaz de fazer um álbum.

Felipão regeu um grupo de milhões. Tomou para si toda desconfiança do mundo e no olhar, reconfortou. Quando o Queen voltou a ser um grupo, como o Palmeiras, entraram em Wembley para uma centena de milhar de pessoas. Com um “ê”, trouxeram todos para sintonia. A cada bochecha que se enche de ar na boca de Luís Felipe, todos se aborrecem junto. No “tá lá” dele, o nosso já fez eco. É o mesmo poder de idolatria. É a incontrolável divisão de amor entre uma pessoa e uma legião.

Tinha que ser no Rio, no palco daquele evento histórico, daquele demonstração de amor inigualável que surpreendeu um desconfiado e temeroso Freddie Mercury. Tinha que ser lá a redenção do homem que foi a face de um fracasso que não lhe cabia a exclusividade. Tinha que ser lá que Luís Felipe Scolari seria jogado para o alto por um time através da alma de uma Família.

Quando, na ideia do vocalista e líder do Queen, ele teria que se redimir de ter deixado a banda, ele foi levado aos céus pelo seu público, eu chorei. Quando Felipão disse que “paguei um parte da minha dívida com o Palmeiras, mas ano que vem eu tento pagar o resto", chorei de novo. Qual dívida, meu professor? Qual? Wembley zerou a vida de Freddie, e o Allianz vai te mostrar a nossa única dívida, mestre, é a de gratidão por termos o maior líder de todos os tempos.

O líder que ama o amor da minha vida.