Rony vive uma das piores, quiçá a pior, fase da sua carreira. Na temporada passada, o atacante não só foi o terceiro artilheiro do Athletico, com nove gols, como também o maior garçom da equipe, totalizando 11 assistências. Em 16 jogos pelo Verdão, no entanto, o atacante ainda não foi à rede e serviu dois passes que resultaram em gols.
Mas qual o motivo para tamanha queda de produção do atacante mais cobiçado do futebol brasileiro na última janela de transferências?
Rony se beneficia de uma equipe que joga com intensidade. Estilo esse que não corresponde ao Palmeiras de Vanderlei Luxemburgo, que é armado com três volantes de essência e, portanto, opta por um ritmo mais cadenciado.
Ao comparar o mapa de calor desta temporada com a última que esteve no Furacão, fica claro que o jogador não consegue executar seus padrões de comportamento, por exemplo, ação de bola em profundidade. Hoje, Rony joga encaixotado na meia esquerda e sem campo para percorrer.
Observa-se também, que, em detrimento do que fazia no ano passado, as táticas do Palmeiras fazem com que o camisa 11 corte para o interior e abuse das finalizações de média e longa distância, fundamento esse que não é uma de suas maiores qualidades, ainda que o faça relativamente bem.
Tendo posicionamento médio do Palmeiras durante o Campeonato Brasileiro como base, enxerga-se que Vanderlei Luxemburgo prioriza os laterais para dar amplitude ao ataque. Comportamento esse que anula a função exercida por Rony, que se vale de uma equipe que concentra o jogo no meio para criar espaço nas extremidades.
Por último, mas não menos importante, vale destacar que a diferença de posicionamento entre Luiz Adriano e Marco Ruben, principal atacante do Furacão na última temporada, também interfere no desempenho de Rony.
Isso porque, diferente do argentino, o camisa 10 do Palmeiras não joga como um centroavante de origem e, por conta disso, se apresenta menos para receber os cruzamentos da linha de fundo. Em vez disso, ele atua mais recuado, quase como um falso nove, para ajudar na construção das jogadas de ataque.
Diante de todas essas constatações, é impossível não colocar em pauta a política de contratações da gestão de Maurício Galiotte. Apesar da abundância de recursos, é preciso analisar friamente os jogadores que estão no mercado para entender como suas características se encaixam no estilo de Vanderlei Luxemburgo.
LEIA MAIS:
Palmeiras no FIFA? Por que o clube não fechou com a Konami
Com um dos piores ataques do Brasileirão, Palmeiras cria uma chance clara por rodada