Apesar de ter iniciado a temporada com dois títulos, o Palmeiras vive momento instável em 2023. Os resultados, por si só, ainda não têm oscilado tanto. São somente duas derrotas – contra Água Santa, na ida da final do Paulistão, e Bolívar, na estreia da Libertadores. Ambas não tem nenhum peso esportivo para o clube. O desempenho do time, no entanto, inclusive nas vitórias, é o que preocupa.
Mais vulnerável que na última temporada, o Alviverde sofre no setor que era mais forte: a defesa. Em relação ao mesmo período no ano passado, a equipe tem cinco gols sofridos a mais, além de dois jogos a menos sem sofrer gols. Outro dado que expõe o problema é a média de gols contra nos jogos em que foi vazado (1,72 contra 1,55).
O problema ficou mais evidente nos últimos jogos, contra adversários mais qualificados ou em confrontos mais importantes do aqueles da fase de grupos do Paulistão. Desde a final do estadual, foram disputadas sete partidas e, em seis, o time sofreu gols; em cinco, o oponente quem abriu o placar.
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A principal explicação para a maior exposição da defesa palmeirense tem menos a ver com queda de rendimento dos jogadores e mais com desorganização tática. Esta pode ser explicada, em grande parte, pela ausência de um camisa 5 de origem na posição. Mais que isso, a falta de Danilo, que cumpria a função com maestria.
Zé Rafael e Gabriel Menino não estão mal, mas não entregam o que uma dupla de volantes precisa entregar. A compactação de espaços e cobertura da faixa entre a zaga e o meio-campo tem sido um problema constante. Explorar essa zona é, hoje, a chave para desmontar o Palmeiras.
Além disso, o time de Abel Ferreira é extremamente deficitário em transições defensivas. Se antes a equipe era conhecida pela efetividade em contra-ataques, agora prova de próprio veneno. O primeiro gol do Vasco é um exemplo claro disso. Os jogadores não conseguem se reposicionar a tempo de evitar um ataque vertical construído em velocidade.
É verdade também que esse problema tem origem no setor ofensivo, onde se inicia a marcação. Embora agora o plantel tenha mais opções, com peças em boa fase, os jogadores de ataque não tem a mesma disciplina tática de outrora. Novamente, porém, isso parece mais uma questão coletiva do que propriamente de cada atleta – em que pese a ausência de Rony e Veiga nesse quesito.
Quanto aos desfalques, também fica exposto que o Palmeiras joga mais próximo do limite e termina cada jogo muito desgatado. Isso faz parte de um ciclo que inclui sair atrás do placar logo cedo nas partidas, fato citado por João Martins na última coletiva de imprensa. “Custa caro, gastamos mais energia por causa disso”.
A utilização de atletas da base tem se provado a solução imediata para preencher as lacunas no plantel. Parece evidente, no entanto, que o elenco ainda pede mais peças que não apenas a urgente chegada de um camisa 5. Em meio a esse cenário, o Palmeiras sobrevive, com bons resultados e atuações que não escondem os verdadeiros problemas da equipe.
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