A derrota diante do Red Bull Bragantino, em jogo válido pela 6ª rodada do Campeonato Brasileiro, foi, curiosamente, o sexto jogo em que Gustavo Scarpa e Raphael Veiga, juntos, foram responsáveis pelo setor de criação no time titular do Palmeiras. Com o revés, eles somam três vitórias, duas derrotas e um empate.
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A dupla, no entanto, é um copo meio cheio. Em todas as partidas algum do dois fez um jogo bom, enquanto o outro foi mais apagado ao longo dos 90 minutos. Nesse período, Veiga soma um gol e Scarpa três assistências.
Em linhas gerais, é o camisa 23 que tem sofrido mais com a mudança, enquanto Scarpa apresenta uma constância maior e vem sendo o ponto lúcido da equipe nas últimas partidas. Já Veiga, principal homem de meio-campo na última temporada, passou a ser mais figurante nessa sequência, enquanto assiste seu parceiro aproveitar a oportunidade.
Segundo o aplicativo SofaScore, Raphael foi o pior em campo nos dois últimos jogos do Verdão, através de uma nota obtida de acordo com as estatísticas do atleta em campo. Por outro lado, Scarpa teve o melhor índice em ambos os embates. Apenas diante da Chapecoense, pela 2ª rodada do Brasileirão, que o camisa 23 superou o companheiro.
O protagonismo de Scarpa pode ser comprovado no jogo diante do CRB, no Allianz Parque. Apesar da eliminação, quem mais tentou furar o bloqueio alagoano foi o meia, que terminou a partida com 12 finalizações e seis passes decisivos, àqueles que possibilitam finalizações.
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Em entrevista ao UOL, Scarpa contou que a dupla se comunica ao longo do jogo e tentam fazer “o contrário do outro”. Se o camisa 14 desce para buscar a bola junto com o volante ou para recompor, o outro avança para receber mais perto dos homens de ataque e do gol.
Uma explicação para a queda de rendimento de Raphael pode ser justamente o que foi dito por Gustavo Scarpa. Ao invés de equilibrar as ações, geralmente, o responsável por descer e pegar a bola é justamente o artilheiro da Copa do Brasil 2020. Vivendo seus melhores momentos no Palmeiras quando atua mais perto do gol adversário, o meia perde sua principal característica.
Enquanto isso, o polivalente Gustavo se firma como meia armador centralizado, função que havia conquistado sequência apenas com Felipão na Libertadores de 2019. Fora isso, já jogou como meia aberto, ponta, ala e até mesmo como lateral-esquerdo.
Em entrevista à Band, o meia agradeceu a opção do técnico de utilizá-lo, nesta temporada, na sua posição de origem e revelou que estava não mais satisfeito em jogar improvisado.
– Quando você joga fora da sua posição isso acaba te complicando, te deixando vulnerável. Agradeço demais ao Abel por ter me colocado na minha posição ideal neste ano. Chega uma hora que enche o saco [ser escolhido fora de posição]. Quando o time vai mal, normalmente sobra pra quem está fora da posição. Por exemplo, o ‘Scarpa está na ponta direita, não tem velocidade’. Mas não dá pra me comparar com o Dudu, o Wesley, o Rony. São características completamente diferentes.
Perguntado sobre a queda de desempenho de Raphael Veiga na coletiva de impressa após a derrota na última quarta-feira (23), Abel Ferreira discordou da afirmativa e disse que o jogo foi satisfatório, com criação da equipe.
– Não concordo. A equipe jogou, produziu. Se olharmos para a defesa, não é a mesma do ano passado. Mas são esses recursos que tenho. E peço calma para a torcida. Não fizemos um jogo brilhante, mas fizemos um jogo satisfatório – comentou.
A equipe de Abel Ferreira volta a campo pela 7ª rodada da competição nacional no próximo domingo (27), às 20h (Brasília) para encarar o Bahia, no Allianz Parque.
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