Foto: César Greco
O executivo de futebol mais famoso do Brasil e figura altamente relevante na história recente do Palmeiras, dias antes de ser demitido, já tinha definido muito bem os passos para a temporada de 2020. Decepcionado com a falta de conquistas, ele admite arrependimentos com negócios que poderiam acontecer de forma mais assertiva.
Foi Luiz Felipe Scolari quem pediu a chegada de Carlos Eduardo. O nome que mais causou discórdia e crítica sobre a administração alviverde veio das palavras do experiente treinador. E foi ele o único pedido para a sequência do trabalho que acabara de ganhar o Brasileirão. Por mais que os cofres alviverdes precisassem de ajuda, o clube foi adiante.
Alexandre, no entanto, se lamenta por ter sido levado pela palavra forte de Felipão. Na onda da conquista, não se permitiu questionar a escolha do comandante. Por mais que fosse uma tratativa de cifras exageradas, havia um respaldo de alguém plenamente incontestável.
E foi só sobre Cadu que Mattos carrega certa resignação. A chegada de Felipão, por exemplo, foi um momento do qual o ex-diretor se orgulha. A percepção que Roger Machado já havia deixado um ótimo aspecto tático pra equipe. Estava bem treinada. Faltava a figura do paizão, do líder. Entre Abel e Felipão, a identificação de Scolari pesou e o resultado foi muito eficaz.
Já sobre Mano Menezes, não há dúvidas que os números agradavam. E a manutenção dele não era papo. Mano já trabalhava pra 2020 e sua contratação previa isso. Não era alguém para suprir um buraco, era uma ideia de sequência. E o treinador só recebia elogios por ser considerado alguém muito sagaz e que sabia do que a torcida desejava, como por exemplo, o uso das categorias de base. O ano que chegaria já previa esse tipo de ação como prioridade.
Por mais que a torcida pedisse Sampaoli e o diretor entendesse que a tarefa de tê-lo não era complicada, ele não trabalhava com essa ideia. Acreditava sim que Mano faria um bom trabalho se pudesse conduzir o projeto desde o início, como era a ideia para 2020.
E ele acreditava em oportunizar. Os meninos mereciam receber a chance de atuar no próximo ano. Poderia dar certo ou poderia fracassar, mas ele via mérito de todos eles para que fossem promovidos. Não como política do clube, mas como reflexo claro do que já desempenharam no clube e a consequente condição de atuar nos profissionais.
Ele deixaria o Palmeiras no momento que já calculava a rota pro próximo ano. Já considerava que as questões dos protestos faziam parte do processo e que o gosto que ele havia criado pelo clube seria o combustível para que voltasse a vencer. Tinha plena convicção no trabalho que faria na sequência.
Por escolha do presidente alviverde, a quem considera alguém de qualidades políticas e dificuldades sociais junto ao público, o ciclo foi encerrado. Mattos deixou o Palmeiras com um tri campeonato nacional e ótimos negócios na bagagem, dos quais se orgulha e outros dos quais se arrepende.
Fato é que a figura de Alexandre Mattos marcou uma era no Palmeiras, pra bem, pra mal, pra título e pra crítica. Foi um protagonista.