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Apreciem com moderação, 18 anos depois do pênalti de Marcos

Apreciem com moderação, 18 anos depois do pênalti de Marcos

Marcelinho Carioca bateu bem o quinto pênalti corintiano no canto direito de Marcos. O santo defendeu a cobrança que classificou o Palmeiras para a decisão da Libertadores-2000.

Da arquibancada do Morumbi, Conrado e amigos voaram para o bar Original, no Ibirapuera, como todas as terças desde então (e ainda hoje) os colegas de GV se reuniam para apreciar com moderação. Naquela terça-feira há 18 anos, sem a menor. Palmeirenses e até são-paulinos celebrando a derrota nos pênaltis do campeão do mundo de 2000 mais uma vez para o então campeão da Libertadores em busca do bi.

Algumas horas e litros depois, alguns até pagos por tricolores para Conrado, ele teve a feliz ideia de acordar a namorada corintiana que tinha ido assistir ao Derby entre os delas. Não só tirá-da cama. Apoquentá-lá. Ela e irmã também corintiana que respondeu com vassouradas às cornetas palestrinas.

A irmã não conseguiu dormir e foi com o namorado continuar os trabalhos nos bares próximos da praça 14 Bis. Ele não cansava de zoá-la. E ela respondia na base das pancadas nos braços dele.

Calibrada, numa dessas estocadas da namorada, ao tentar fugir dela, ele foi parar no meio da rua…

Fala, Conrado:

⁃ Só vi os dois faróis chegando. O carro me pegou em cheio. Eu voei e caí no asfalto. O cara nem pra me socorrer.

Ele só ouviu a namorada gritando para ele não morrer.

⁃ Só lembro ter me levantado, recolhido meu braço esquerdo que parecia um W, e fui andando até o hospital que ficava ali perto.

Não tinha ortopedista 3 da manhã. Só 5 horas ele foi atendido. O plantonista o remendando e Conrado, ainda alto, perguntou ao médico:

⁃ Que time você torce, doutor?

⁃ Corinthians…

Respondeu mais desanimado que… que… um corintiano naquela madrugada.

Atendido pelo doutor, Conrado ainda melhorou o nível do atendimento:

⁃ Comecei a narrar o lance decisivo: “correu Marcelinho bateu… DE-FEN-DEU, MAAAAAAAAARCOS!!!

E o médico apertava ainda mais o braço do atropelado, que do alto de sua altura etílica, ainda emendava:

⁃ Chupa, doutor!!!

E a fratura em dois lugares no úmero esquerdo de Conrado era nada pelo que havia feito um caipira de Oriente no Morumbi. E tudo isso com o pulso quebrado que seria operado depois da Libertadores.

Conrado nunca mais foi o goleiro da foto. Mas não foi preciso. Tínhamos são Marcos.

Apreciem com moderação.