Há 76 anos, no Pacaembu, o Palestra morria líder e o Palmeiras nascia campeão paulista de 1942 na Arrancada Heroica. Uma senhora vitória por 3 x 1 contra o São Paulo de Luisinho Mesquita, ex-ponta do clube, capitão tricolor. Ele foi orientado pelos paredros são-paulinos a tirar o time de campo depois do pênalti e da expulsão do zagueiro Virgílio. O policiamento não deixou que o São Paulo saísse de campo. Mas não teve mais jogo, nem pênalti. Palmeiras campeão.
Em Santiago, nesta quinta com tensão de quarta, o Colo-Colo tinha como craque Valdivia, o nosso malvado favorito para frear nossa arrancada. Mas com 2 minutos, Borja cruzou, Moisés rolou pro capitão Bruno Henrique chapar com a categoria habitual. 1 x 0. E poderia ter sido mais já nos primeiros ótimos 30 minutos. O time chileno armado no 3-4-1-2 errava tudo atrás e pouco criava. O Palmeiras jogava com inteligência e frieza.
Na segunda etapa, porém, o Colo-Colo precisava atacar. O bom ala-direito Opazo criou ainda mais problemas para Diogo Barbosa, nossos volantes já estavam amarelados, e eles começaram a acertar o pé. Mas tudo dava certo. O árbitro apitou muito bem e não foi na do VAR que quis ver pênalti em bola no braço colado ao corpo de Mayke.
O jogo que o Palmeiras não conseguiu definir na primeira etapa virou. Felipão teve de se virar. Na teoria, traria o rival para cima sacando o isolado Borja e apostando em Jean que não vinha bem, aos 18, num repaginado 4-3-1-2. Aos 28, tirando Thiago Santos e apostando em Gómez na zaga, era um 5-2-1-2 ainda mais trancado. Não fosse o talento de Willian e Dudu para fecharem o placar em belo contragolpe, aos 32, seria um sufoco que Felipão ajudou a evitar.
Dois a zero justo pelo que foi o primeiro tempo mais do que o segundo. Quinta vitória fora de casa em cinco jogos de Libertadores menos complicados pela excelência do aproveitamento de um Palmeiras que soube segurar Valdivia no começo, mas não na segura etapa. Quando o Mago criou muito e deixou a mão no rosto de Moisés como fizera antes com Dudu. Mas que não deixou na meta de Weverton a sua marca.
O Palmeiras só não está na semifinal se achar que já está. Ou se criar outro drama do nada como fez contra o Cerro, no Allianz Parque. Em condições normais de temperatura e Palmeiras, está tudo bem encaminhado.