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Artur Abramo: Canto de gajo

O porco fez do Mineirão chiqueiro mais uma vez e quem muito cantou de galo, ficou sem voz para apoiar o time no estádio

Abel Ferreira na classificação do Palmeiras na Libertadores sobre o Atlético-MG, no Mineirão. (Foto: Cesar Greco)
Abel Ferreira na classificação do Palmeiras na Libertadores sobre o Atlético-MG, no Mineirão. (Foto: Cesar Greco)

“Respeito!”, bradou Abel Ferreira depois da classificação à final. É o que ele pede depois de chegar à sua sexta decisão no Palmeiras. Parece justo respeitar o único treinador europeu a ter duas finais do mais importante torneio sul-americano no currículo. Parece mínimo ao pensar em tudo que ele fez pelo Alviverde até aqui.

Houve quem visse o Atlético como missão impossível. Favorito era, mas o adversário foi quase descartado. O clube mineiro, reforçado, tinha mais time. Mas não foi mais time durante os 180 minutos da semifinal. Caiu na armadilha plantada no galinheiro. Armada pelo porco, que fez do Mineirão chiqueiro mais uma vez.

Quem muito cantou de galo, ficou sem voz para apoiar o time no estádio. Nas cabines, também faltaram palavras na boca daqueles que muito falaram antes do jogo. Até demissão foi cogitada. Ser semi(agora)finalista da Libertadores e vice-colocado do Brasileirão não basta. E, para esse grupo, talvez nunca baste.

Para o palmeirense, é suficiente. Ter alguém que, acima de tudo, defende o clube à beira do gramado vale mais que qualquer coisa. Abel veste-se de Palmeiras de corpo e alma. Ostenta a fibra de quem sabe ser luso-brasileiro. Do verde que une as duas bandeiras.

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Está longe de ser só coração. O que ele entrega ao clube, de cabeça, também é de se admirar. Por mais feio que possa parecer o espetáculo, pior é não se encantar com o tabuleiro que ele enxerga no gramado. Estrategista nato, seu jogo reside no plano montado. Xeque-mate!

Dois empates foi o que ele precisou para eliminar o supertime mineiro. Primeiro, travou o imparável ataque. Depois, furou a impenetrável defesa. Com o regulamento debaixo do braço, deu aula de mata-mata. Ainda assim, seus métodos serão questionados por quem faz questão de não o compreender.

Nas próximas semanas, o trabalho de Abel será desmerecido. Acusarão de “anti-jogo” o que o levou, mais uma vez, à final da copa. Tentarão construir narrativas para descredibilizar novamente o que ele faz no futebol brasileiro. E sabe o que acontecerá nas semanas seguintes a essas? Ele voltará a vencer.

Assim como o Palmeiras, está acostumado a enfrentar o que de pior a opinião tem a oferecer. Mas ele não tem tempo para se abalar com críticas vazias. Usa de combustão para o temperamento explosivo que acaba em fogos de artifício. E o vizinho que se cuide, porque ainda verá esse gajo comemorando muita coisa.

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