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Assíduas do Allianz antes da pandemia, mãe e filha compartilham amor pelo Palmeiras: 'Fechadas com Abel'

Confira o especial do Nosso Palestra para o Dia das Mães com as torcedoras Nathalia e Solange Ferrari, 'palmeirenses verdes'

Solange (esq.) e Nathalia (dir.) são parte da Família Palmeiras (Foto: Reprodução)
Solange (esq.) e Nathalia (dir.) são parte da Família Palmeiras (Foto: Reprodução)

‘Todo amor que sinto por ti, eu vou passar para o meu filho!’ diz a letra de uma das mais icônicas canções da torcida do Palmeiras. Apesar de ser verdadeira na maioria dos casos, esta frase não representa a realidade da família de Solange e Nathalia Ferrari, mãe e filha respectivamente, duas palmeirenses roxas (ou melhor, verdes) que têm uma história de amor inusitada com o time do coração.

Ao contrário da maioria dos casos, nos quais os pais ensinam os filhos a amarem um clube, a história das duas é inversa: foi a jovem Nathalia que ensinou Solange a ter o verde, branco e vermelho como as cores de seu vício. Neste Dia das Mães, a dupla compartilhou essa história com o NOSSO PALESTRA.

– A Nathalia sempre teve um lado jornalístico esportivo, sempre gostou de futebol, participava de programas desde pequena, e eu sempre a acompanhei. Eu nem gostava muito do esporte no começo, só acompanhava, mas quando fui pela primeira vez ao antigo Palestra Itália, eu me apaixonei. Conforme os jogadores entravam em campo, eu me arrepiava inteirinha. Eu falei: “Nathalia, agora eu tive a certeza de que sou palmeirense, pois estou toda arrepiada.” Me identifiquei com a torcida, os jogadores e o local – relatou a mamãe Solange, a ‘palmeirense tardia’.

Neste ponto, qualquer leitor estaria pensando: “se não veio da mãe, certamente o amor da garota pelo Palmeiras veio do pai”. Mais uma quebra de expectativa, contudo. O pai também é fanático por futebol, mas não pelo verde. Nathalia, por sua vez, desde jovem era uma rebelde sem causa e resolveu ‘virar a casaca’, apesar de todo tipo de ‘suborno’ para tentar convencê-la do contrário.

– Eu comecei com 12 anos a fazer participações em programas esportivos, fui muito influenciada a gostar de futebol pelo meu pai e avô, mas eles são torcedores do rival. Eu sou a rebelde da família, desde muito pequena eu já me dizia palmeirense, desde o Paulista de 1993 eu falava do ‘Edmundo animal’. Então passei a infância todinha palmeirense sozinha e recebi todo tipo de suborno (para virar a casaca). Não sei explicar meu amor pelo Palmeiras, eu nasci com isso. Ela (minha mãe) nunca gostou de futebol, mas quando começou a ir comigo para acompanhar, em 2004, mesmo já tendo ido a estádios de outros rivais, ela teve uma reação única com o Palmeiras. E eu fiquei sem reação, porque tinha passado por tudo sozinha, desde título da Libertadores até rebaixamento, mas entendi que, apesar de descobrir esse amor um pouco depois, ela também era palmeirense. A partir de então, a gente tem ido ao estádio, sendo que desde 2017 vamos a todos os jogos – contou Nathalia, a palestrina raiz.

Presença garantida no Allianz Parque nas partidas dos últimos anos, inclusive na campanha inteira do Decacampeonato em 2018, a dupla palmeirense teve que comemorar a Tríplice Coroa de 2020 longe da casa palmeirense, mas dentro do próprio lar, em segurança. Apesar da troca de ambientes, o entusiasmo de Solange era o mesmo:

– No título da Libertadores eu corri tanto pelo apartamento e gritei tanto que fiquei rouca, fiquei com dor de garganta depois. Tinha um pessoal do prédio em frente que era palmeirense, e começamos a comemorar prédio com prédio, comecei a bater no vidro e gritar para eles, saí correndo, parecia uma louca. Fiquei pensando “nossa, como eu queria estar lá (no Allianz)”.

E se tem torcida única nos estádios de São Paulo, na casa das Ferrari não é bem assim: a arquibancada dos rivais é dividida meio a meio. Será que foi fácil acompanhar a final do Paulistão? Não para a Nathalia.

– O título paulista você deve imaginar como foi aqui em casa (por causa da parte rival da família). Eu fiquei à beira do surto completo, nem vi os pênaltis porque estava sem condição. Estávamos enjoadas de tão nervosas. Eu vi só depois de acabar.

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E, logo no Dia das Mães, o Palmeiras pode dar de presente à Solange uma classificação para os mata-matas do Paulistão, algo que parecia improvável há semanas. Para isso, basta vencer a Ponte Preta e torcer por qualquer tropeço do Novorizontino contra o Corinthians. Haverá frustração se isso não ocorrer?

– Estamos fechadas com o Abel. Claro que queremos ganhar, mas se não ganharmos, tudo bem, ainda tem muito para se conquistar neste ano. Mas sempre torcendo muito para ganharmos também o Paulista – ponderou a mamãe.

– A gente nunca para de torcer, o palmeirense não se contenta com as coisas. A gente tem isso de torcer independentemente do campeonato, não importa qual seja o cenário. Mas o Abel tem todo direito do mundo de rodar os meninos, experimentar coisas novas, como os três zagueiros, a gente está fechada com ele, vamos apoiar todos os meninos como sempre. Se puder trazer a classificação, ótimo, mas se não trouxer, vamos entender que foram priorizadas outras coisas, títulos maiores, campeonatos mais valorizados, inclusive pelas Federações, então vamos torcer, mas é isso. Nesta casa não se fala mal de Luiz Felipe Scolari e nem de Abel Ferreira – foi mais contundente a filha.

E já que se falou tanto em estarem ‘fechadas’ com o técnico Abel Ferreira, qual sentimento ocupa mais o coração das palmeirenses em relação à futura volta aos estádios: a saudade de ver o Verdão jogando no Allianz ou a ansiedade de conhecer o treinador português de perto?

– As duas coisas. Sinto muita falta da atmosfera do Allianz, daquela vibração, de estar num estádio que a gente pertence 100%, é minha turma do amendoim ali, minha família. Estamos com muita saudade, gostaríamos de aplaudir ao vivo o melhor goleiro brasileiro da atualidade, o Weverton. Ele entendeu o que é o Palmeiras, assim como o Abel. Eu acho que o Abel teve um processo parecido com o da minha mãe, ele nasceu palmeirense e não sabia, ele levou uns 3 meses para saber como é ser palmeirense. Essa coisa de ser perseguido pela arbitragem, contra dirigentes, contra tudo e contra todos. Saudades de tudo! – concluiu Nathalia.

Neste Dia das Mães, o Palmeiras volta a campo em Campinas, contra a Ponte Preta, pela última rodada da fase de grupos do Paulistão 2021, em busca de uma vaga nos mata-matas. Que todas as mães palmeirenses possam ‘cantar e vibrar’ em casa, com segurança, para que, o mais brevemente possível, possam ‘cantar e vibrar’ com a torcida do Verdão no Allianz Parque.

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