Um dos principais líderes do Palmeiras nas últimas duas temporadas, o volante Bruno Henrique deixou o clube há três meses e foi para o futebol árabe. Agora no Al- Ittihad, da Arábia Saudita, o capitão do decacampeonato brasileiro falou com o NOSSO PALESTRA pela primeira vez desde a sua saída.
Na lista dos cinco maiores volantes artilheiros da história do Palmeiras, ele viveu momentos importantes de sua carreira atuando no Verdão e, desde a chegada de Roger Machado, no começo de 2018, se tornou um dos jogadores mais importantes dos elencos com os quais atuou, tanto que terminou aquele ano erguendo o troféu de campeão nacional, já sob o comando de Felipão.
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Neste momento, Bruno curte um novo ciclo no futebol, porém não esquece dos amigos que fez no Verdão e, sempre que pode, assiste aos jogos do time agora comandado por Abel Ferreira. Confira o papo com Bruno Henrique:
NP: Após mais de três anos de clube, dois títulos, 28 gols e 12 assistências, você acha que saiu pela porta da frente do Palmeiras? Como você vê o saldo da sua passagem?
Bruno Henrique: Eu vejo como positivo. Uma coisa muito gratificante pra mim. Serei eternamente grato ao Palmeiras por esses três anos incríveis nos quais passei por momentos bons, maravilhosos e momentos ruins também, mas com certeza só os momentos bons ficarão lembrados na minha memória e tenho certeza que consegui colocar meu nome na história do clube. Isso é a coisa mais importante para um jogador de futebol que joga num grande clube como o Palmeiras.
NP: Tirando os títulos do Brasileirão e do Paulista, qual o momento mais marcante da sua passagem pelo Palmeiras?
Bruno Henrique: (O ano de) 2017 foi um momento de transição pra mim. Eu terminei o ano em baixa, estava sendo muito criticado. Tive um tempo ali para trabalhar nas férias, trabalhar um pouco a cabeça e poder começar 2018. Então, colocaria essa transição de 2017 pra 2018 como uma coisa muito importante na minha carreira para poder focar, treinar e me preparar, para poder fazer tudo que tinha que fazer para fazer um grande ano.
NP: O Roger Machado foi quem acreditou em você e te deu a titularidade num momento em que a torcida pegava um pouco no seu pé. Qual a importância dele na sua caminhada no Palmeiras?
Bruno Henrique: Nesse momento de transição, sabia que ia começar 2018 com uma característica nova de treinador. Provavelmente começaria no banco por não ter terminado bem em 2017, sendo bastante criticado, então tinha bastante chance de começar 2018 no banco. Sei que o Roger é um grande treinador, um dos melhores do Brasil, muito competente, com ideias muito bacanas de jogo, então me preparei para quando eu pudesse jogar, conseguisse corresponder e ter uma sequência com ele. Sabia que poderia crescer com ele ali. Nosso time era muito bom, vários jogadores muito bons, então se a gente corrigisse algumas coisas, poderia brigar por títulos, como vinha brigando desde 2015.
NP: Você entrou para história do Palmeiras, principalmente pelo título de 2018, e, agora, o Palmeiras está dando chance para jogadores mais jovens, como Gabriel Menino, Danilo e Patrick de Paula. O que você acha dessa nova geração de meio-campistas do Verdão?
Bruno Henrique: Penso que são excelentes jogadores, tenho certeza que têm muito potencial ainda de crescimento. O Menino já está indo para a Seleção Brasileira, uma coisa muito bacana. É um processo que o Palmeiras está fazendo bem já faz um tempo. Claro que muda jogador, treinador, algumas características dentro do clube, mas você sempre vai manter um aproveitamento. É muito difícil no Brasil você manter por cinco, dez anos um time brigando por títulos e o Palmeiras está conseguindo fazer isso, brigando por título e sendo protagonista. Tem ano que não ganha, mas está brigando lá em cima da tabela. Os meninos vindo agora é fruto desse trabalho que vem sendo feito pela diretoria e pelos meninos, que vem fazendo esse trabalho na base, que tem uma preocupação muito grande com eles, com psicólogo, e tá transformando os meninos em grandes jogadores de futebol pro futuro.
NP: Você guarda alguma mágoa de alguém no Palmeiras pela forma como você saiu?
Bruno Henrique: Muito pelo contrário. Eu não tenho esse ego, não, de ficar bravo com alguém, de maneira alguma. Sempre fui bem recebido pelo presidente, pela diretoria, todos os funcionários, e a minha saída foi bem tranquila. Conversei bastante com o presidente, coloquei a minha vontade naquele momento. Entender que eu tinha um ciclo grande no clube e jogar três anos no Palmeiras é difícil, pela pressão, pela cobrança que tem. Então chegou o fim do meu ciclo ali e tenho certeza que sai pela porta da frente. Sem mágoa nenhuma, só tenho a agradecer e torcer pelo Palmeiras.
NP: Você se considera palmeirense? Cogitaria voltar ao clube um dia?
Bruno Henrique: Me considero, sim, sem dúvidas. Foi o melhor momento da minha carreira. É um clube que eu tive uma afinidade muito grande, um clube que me abraçou e eu pude crescer como profissional, pessoa. Me tornei capitão, fomos campeões brasileiros. Momento mais feliz da minha carreira até aqui. Tudo que a minha família passou aí, os títulos individuais, agora só ficam as lembranças e um carinho gigantesco.
Se eu penso em voltar? No momento, eu não penso em voltar pro Brasil, estou focado aqui, em fazer o meu melhor por esse clube que confiou no meu trabalho. Mas, quem sabe, se um dia aparecer a oportunidade, eu jogaria novamente com a maior alegria possível no Palmeiras.
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