Nem sempre vai ser na marra, nem sempre vai ser na empolgação, na preleção emocionante, nas lembranças afetivas de uma porrada com gosto. Quase nunca vai ser na pilha excessiva. Nunca, jamais, vai ser na desonestidade de agredir quem compete, não briga, contigo. O time que se encerra nas próprias superstições e com tanta munição é o exemplo claro do destempero.
É tempo perdido, é desperdiçar o que é tão custoso ter. Os maiores jogos são, acima de tudo, uma discussão tete a tete entre os espíritos de estratégia, de concentração, de foco, de plano, de futebol. O anti jogo pode funcionar às vezes, o amor pelo jogo, indistintamente, vai orgulhar quem faz e quem torce pelo autor. Resultados são imprevisíveis. Os meios pelos quais ele se constrói, não.
A pobreza de ideias vai ao encontro da fraqueza no autocontrole.
O Palmeiras teve defeitos poderosos de um potencial incrível sob as mãos. Foi burro com a bola, ainda que tenha sido intenso demais sem ela. A falácia dos milhões, infelizmente, se fantasia de verdade nesses momentos. É como ter o mundo todo pra conhecer e não saber qual estrada tomar. É rodar, rodar, rodar, rodar..
Tempo de reflexão mental e futebolística. Nem sempre vai funcionar a receita que foi tão fantástica dia desses. Táticas são estudadas, são neutralizadas, são dominadas. Espírito de porco não é brigar, espancar a bola e tentar acertar o chute na perna alheia. É no gol. Vinte e seis tentativas para dois acertos. Muito menos que a quantidade de amarelos.
Sinais importantíssimos.
Que seja no jogo que vale menos, mas valia muito, para que se tomem, enfim, lições definitivas. Postura de vencedor não é de agressor adolescente mimado. E rico. É de respeito ao jogo, às ideias e à história do jogo cujo apelido significa “a corrida das corridas”. O maior dos eventos. Faltou tudo.
Sobrou mosaico.
Sobrou 2.700.000,00 e uns trocos.
Cadê teu futebol, Palmeiras?