Buffon, eu não quero postar você chorando no Meazza, estádio que leva o nome de um campeão mundial como você. Eu não quero pensar que não vou ver na Rússia o lindo Inno di Mameli e o feio futebol italiano de quase sempre. Eu já choro de raiva e tristeza por não chorar de emoção e raiz pela Itália de meus bisavós e do meu passaporte. Eu só quero te ver aqui como te vi em Berlim, em 2006. Eu só quero te ver como o maior goleiro que vi em cinco Copas. E não em seis. Porque a Itália, de tanto querer não jogar e não deixar jogar, agora não vai mesmo jogar. A culpa não é do excesso de estrangeiros que também excedem em outros campos. É da falta de italianos de talento em campo. E não no banco como Insigne na partida final contra a Suécia. Nome ainda insignificante perto de outros tantos no país dos dois Mazzola e Maldini, do único Rivera, de Riva, Rossi, Conti, Antognoni, Baggio, Del Piero, Totti, tantos. Da Itália que não precisa fechar os portos para estrangeiros. Precisa abrir as mentes e os times.
Quando a Itália foi eliminada pela Coreia do Norte em Middeslbrough, no Mundial de 1966, além de ser recebida aos tomates pela torcida no aeroporto, a federação nacional resolveu fechar os portos aos estrangeiros nas equipes. De 1966 até 1980, só italianos (ou já naturalizados) jogavam no Calcio.
Em 1968, a Itália já foi campeã da Eurocopa. Em 1970, vice mundial. Um time envelhecido não fez boa Copa em 1974, em um grupo complicado. Em 1978, jogou o melhor futebol do torneio, venceu a campeã Argentina em Buenos Aires, mas acabou na quarta posição. Dois anos depois os estrangeiros voltaram. Mais dois anos, a Itália foi tricampeã mundial.
Só pra dizer que não é necessariamente a presença de estrangeiros em um país que determina a qualidade de seu futebol e as chances de sua seleção. É o aproveitamento deles, e o que se faz com eles e com a troca de experiências, que monta ou remonta um campeonato e uma seleção nacional.
França, Espanha e agora a Inglaterra (esta tanto na base como na Premier League) estão aprendendo a mudar e virar o jogo com os estrangeiros que não podem jogar e com os filhos de imigrantes que podem atuar pelas suas seleções. A Alemanha também, mas os alemães são sempre outra história.
A Itália que arrume sua casa e redescubra seus talentos. Explore melhor sua base. Abra as portas, e não as feche. Abra seus times, e não se feche tanto atrás. Para não ficar tão atrás.
A Itália, de tanto querer não jogar e não deixar jogar, agora não vai mesmo jogar. A culpa não é do excesso de estrangeiros que também excedem em outros campos. É da falta de italianos de talento em campo. E não no banco como Insigne. Ainda insignificante perto de outros tantos no país dos dois Mazzola e Maldini, do único Rivera, de Riva, Rossi, Conti, Antognoni, Baggio, Del Piero, Totti, tantos. Da Itália que não precisa fechar os portos. Precisa abrir as mentes e os times.