
Em ritmo de férias, o Palmeiras venceu o agora rebaixado Ceará na Arena Castelão por 3 a 1 e encerra sua campanha no Brasileirão em 2025. Vice-líder, os gols do Verdão foram marcados por Facundo Torres, Ramón Sosa e Flaco López.
Após a partida, Abel Ferreira deu uma entrevista coletiva na Arena Castelão e fez um balanço sobre a temporada do Verdão e ainda recordou negociação para sua chegada no Maior Campeão do Brasil.
Fala, Abel!
Balanço de 2025
— A época de 2025 foi planificada em 2024, e não agora. E conseguimos bater mais um recorde: 76 pontos. Nunca ninguém conseguiu ficar em segundo com 76 pontos. Infelizmente, teve uma equipe que foi melhor que o Palmeiras em um ano de reformulação, em um ano de 17 saídas e 11 entradas, onde investimos muito dinheiro. Dos cinco títulos: no Brasileirão, 76 pontos; na Libertadores, houve apenas um clube que fez melhor que nós — mais uma vez na final. No Mundial, representamos muito bem o futebol brasileiro e o Palmeiras. Em relação à Copa do Brasil, não ocorreu bem: ganhamos uma vez e estamos atrás dessa competição. Do Paulista, em cinco anos, fomos em todas as finais, perdemos duas e ganhamos três.
— Esse ano foi planificado em 2024. Felizmente, tenho pessoas dentro do clube que entendem as coisas do futebol. Queremos que os reforços rendam logo de cara, mas as coisas não são assim nem no Real Madrid, nem em lugar nenhum. O Andreas se adaptou muito rápido. O Roque, investimos muito, descredibilizados e vocês chamando ele de bagre, e em dois, três meses valorizamos esse jogador. O López, o Palmeiras investiu 8, 10 milhões de euros, e hoje vale entre 40 a 50 milhões de euros. O Palmeiras vive de títulos, mas não vai ganhar sempre. Eu não prometo títulos, prometo que vamos lutar sempre para ganhar. E é isso. Sim, 76 pontos é o nosso foco, mas agora um período de descanso: mental, físico. Poder voltar àquilo que são minhas origens e recuperar minha energia.
Ninguém queria treinar o Palmeiras?
Tenho feito desde que chegamos. Nos últimos cinco anos, passamos a 2 bi e, em premiação, mais de 500 milhões. Faz parte do projeto da nossa comissão. Quando foram buscar treinador e ninguém queria vir para o Palmeiras, alguém foi no PAOK e trouxe um treinador por 6 milhões de reais, e o treinador aceitou vir, e uma parte da minha premiação eu que paguei ao PAOK — por cada prêmio, eu do meu bônus, eu que paguei, não foi o Palmeiras.
— É absurdo os valores que falam: 30 milhões, 60 milhões… Quando quiserem saber, perguntem para Leila ou Barros e podem ver quanto que entra na minha conta. Inacreditável como criam narrativas sobre meu salário. É mentira o que falam sobre a minha premiação. Falem a verdade. Eu, quando cheguei aqui, tinha zero títulos. Não ganhava o que ganho hoje. Ganho pelo que fizemos aqui, por isso que o clube valorizou nosso trabalho.
Sobre a utilização de garotos da base, respondeu:
— Nós, este ano, várias vezes fizemos isso. Contra o Santos, o Larson jogou; no jogo do Santos, não tínhamos 10 jogadores. Contra o Juventude, não tínhamos jogadores. Contra o Fortaleza, muitas vezes, em razão do contexto, fizemos isso. E o que fizemos hoje foi coisa séria e responsável: dar o máximo e, se o nosso máximo não der para ganhar, eu beijo a medalha e durmo tranquilo. Eu vim para aqui para fazer o melhor que posso. Gosto muito de estar aqui, pela valorização. Quando se fala dos reforços… Se fosse pelo dinheiro, era impossível o Mirassol fazer o que fez. Por que criam essas narrativas?
— 50% do Rio de Janeiro, 50% de São Paulo: dividimos Santos, Palmeiras, São Paulo e Corinthians. Quatro contra um. Passados os anos todos, a imprensa não é contra o Palmeiras. O Palmeiras tem 25% da imprensa e os outros… não vale a pena falar. É um clube que nunca na sua história — na data de hoje — foi tão equilibrado desportivamente e financeiramente. Somos uma equipe que tem menos recursos que outras, mas consegue competir e estar a lutar por títulos. No mandato da Leila, ela me pediu um título por ano, e esse ano não ganhamos. Ela nunca duvidou, porque sabe perfeitamente e ela vê muito para além dos resultados. Se fosse por investimento, o Mirassol não fazia o que fez.
Futebol brasileiro
— Às vezes, quando falo dos jornalistas, sei bem do que estou a falar. Eu conheço o Brasil melhor que nunca. E respeito muito. E outras vezes já fui deselegante com alguns de vocês. Nunca tive problemas com vocês; só fico chateado com narrativas que se criam. Mas faz parte. Não é minha função, mas preciso estar bem informado. Minha função é treinar — ou aqui ou na China. Gosto muito de estar no Palmeiras. Eu cresci apostando em jovens e sempre será assim. Gosto muito de estar aqui. Sou treinador de relações e projetos. E gosto de estar onde querem que eu esteja. E a força que a Leila fez para eu continuar no projeto dela.
— No futebol brasileiro, as coisas são duras. O Guardiola porque não ganhou ano passado é fraco? É uma avaliação que a direção tem que fazer. Tenho pena que o futebol nordestino tenha descido com duas equipes. Prometo aos cearenses que, no dia que for embora, voltarei. Aqui é calor, tem água boa, e poucas vezes mergulhei mesmo tendo tempo de férias no mar. Quando estou de férias, gosto de estar com meus pais. Felizmente, trouxe minha família para aqui. Mas a vida do treinador é chaves na mão e mala ao lado.
E agora?
O Palmeiras encerra seu calendário de jogos em 2025 e termina o Brasileirão na vice-colocação, e volta a campo no dia 11 de janeiro, quando se inicia o Paulistão 2026.