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Abel Ferreira valoriza temporada do Palmeiras e fala sobre vantagem que tinha no Brasileirão: 'Não fomos capazes de segurar'

Verdão encerra primeira temporada sem títulos com treinador português

Abel Ferreira em jogo do Palmeiras. Foto: César Greco
Abel Ferreira em jogo do Palmeiras. Foto: César Greco

O Palmeiras venceu o Atlético-MG na Arena MRV por 2 a 0. O resultado, no entanto, não foi suficiente para o Verdão pressionar o Flamengo na briga pela taça. No Rio, o clube carioca venceu o Ceará e garantiu a taça do Brasileirão.

Flaco López, Allan e Luighi marcaram os gols palmeirenses na partida.

Após a partida, Abel Ferreira fez um balanço geral sobre a temporada do Maior Campeão do Brasil.

Fala, Abel!

Fica sem títulos?

Ouviram o que eu disse na sexta-feira? O que eu disse após a eliminação? Ouviram o que a presidente falou? Eu, sobre esse assunto, já falei esse tempo todo. E a nossa presidente também. Já falamos muito durante esse ano. Só tenho uma palavra — e dei minha palavra para a presidente. Ela entende que sou o treinador do projeto, sou o treinador que fez a reformulação e quer que eu continue até 2027. Eu disse que nunca serei um problema, e sim uma solução. Já tinha falado. Não tenho nada a dizer. E a presidente falou dez vezes.

Ano do Palmeiras e o que muda?

— Precisam de mudanças — e não é no Palmeiras. A mim só me engana quem eu quero. O Palmeiras é um clube diferente e especial, e eu sou um treinador de relações — e a mim só me engana quem eu quero. Hoje aconteceu um lance igual ao da final da Libertadores. Os títulos que ganhei no Palmeiras não têm asterisco. Aos palmeirenses, eu digo: a mim só me engana quem eu quero.

— Sim, perdemos. Esse ano fomos vice em quase todas. Viram o beijo que dei na medalha? Foi um beijo na medalha e no escudo do Palmeiras. Tenho orgulho de estar no Palmeiras. Nenhum título tem asterisco. Ganhamos, perdemos, jogamos mal, mas tenho orgulho de ser do Palmeiras. Jogamos dentro do campo o máximo que conseguimos.

— Quantas vezes ouviram que ia ser contra tudo e contra todos? Que tudo mudou depois do jogo contra o São Paulo? Aqui, só me engana quem eu quero. Tenho orgulho de ser treinador do Palmeiras. E no dia em que vocês sentirem que eu não represento a grandeza do Palmeiras, eu não quero receber um real pelo meu trabalho aqui. Serei sempre a solução.

— Viram o Fabinho do Bragantino? Não jogou mais esse ano. Aos nossos torcedores: a mim, só me engana quem eu quero. Tenho um orgulho imenso. Eu não beijei aquela medalha por acaso. Todos ouviram o que eu disse ao presidente da Conmebol. Ninguém falou do Andreas, que tomou amarelo por um lance que não era. Ninguém despenalizou ele. Lembram disso?

— Parabéns ao Flamengo. Foi o vencedor desta competição, da Libertadores. Tem um excelente elenco e treinador. Clube organizado. Mas eu tenho orgulho — muito orgulho — dos vices que tive e tenho. Sei do que nós fizemos. Será que uma expulsão condiciona o resultado de um jogo?

O jogo contra o Galo

— Acho que nossa vida tem que ser preenchida por memórias. Acho que todos entendem que hoje era um jogo em que trazíamos as cicatrizes do último jogo. Uma equipe que queria ganhar mais do que perder. Uma coisa é perder — outra é ser perdedor. Essa equipe perdeu, mas não é perdedora.

— Hoje, mais uma vez, demos prova do que essa equipe mostrou esse ano. Chegamos com cicatrizes — alguns ainda a sangrar. Eu disse a eles que não reconhecia minha equipe com bola. Perdemos com bola. Disseram que não chutamos no gol, mas, nas estatísticas, tivemos mais que o Flamengo. Tivemos um sentimento de orgulho ferido.

— Sete jogadores saíram no início do ano. Cinco no meio. Tivemos a vantagem de três pontos e não fomos capazes de segurar. Depois de tudo que aconteceu… quanto tempo demora a reformulação de um time? Hoje, foi um equívoco claro na nossa superioridade: o Piquerez primeiro disputa a bola. E na final da Libertadores eu falei com o árbitro, e ele disse que eu não tive intensidade. Perguntei se ele viu a marca nas pernas do Fuchs. Não viu porque não quis.

Hoje, parabéns aos meus jogadores.
Lutamos em várias frentes — mas só levamos a medalha de vice.

Trajetória no Palmeiras

Eu andei a falar e bater em ponta de faca.
Em relação a isso, não vou falar nada.

Eu amo estar no Palmeiras. É aqui que gosto de estar.
Enquanto eu sentir que existe energia dos meus jogadores para brigarmos por título — porque, lembram? Eu nunca prometi títulos — prometi que lutaríamos.
E no momento que eu sentir que está no fim do ciclo, eu vou.

Paulista: cinco anos, três títulos e dois vices.
Libertadores: seis disputas, três finais.
Brasileirão: disputamos cinco ou seis — dois títulos e três vices.
Copa do Brasil: ganhamos uma e disputamos mais quatro, e perdemos.

Aos torcedores: a terra não está arrasada.
Tenho sorte de estar no Palmeiras na era mais vitoriosa.
O Palmeiras é mais reconhecido lá fora por tudo que o clube faz.
É exemplo para clubes nacionais e internacionais.

E agora?

O Verdão volta a campo no próximo domingo (7), às 16h (de Brasília), quando entra em campo pelo seu último jogo na temporada 2025, para enfrentar o Ceará, na Arena Castelão.

Cauã Campana

Palmeirense de berço, cubro o Palmeiras desde os 15 anos de idade. Tenho um perfil (@verdeimponente) com mais de 50 mil seguidores. Estou tendo, no Nosso Palestra, minha primeira experiência com jornalismo esportivo.

Palmeirense de berço, cubro o Palmeiras desde os 15 anos de idade. Tenho um perfil (@verdeimponente) com mais de 50 mil seguidores. Estou tendo, no Nosso Palestra, minha primeira experiência com jornalismo esportivo.