São raros, mas há torcedores palmeirenses que ainda dizem ir ao Parque Antárctica e não mencionam o novo nome da casa alviverde. Alguns tomam a atitude por saudosismo, outros por hábito.
A reportagem do Rodrigo Fragoso, colunista do Nosso Palestra e repórter do Esporte Interativo apurou com EXCLUSIVIDADE que a Ambev, que tem a Antárctica como uma de suas marcas, buscou o contrato de venda do terreno da Cia. Antártica para o Palmeiras em 1920, identificou algumas das exigências para a venda do terreno, e percebeu que uma delas era justamente manter para sempre o nome do local de Parque Antárctica. A empresa entrou com um processo no Tribunal de Justiça de São Paulo contra a WTorre para reivindicar seu direito. O processo corre na 29ª Vara Cível do Foro Central Cível.
A reportagem do Nosso Palestra obteve acesso ao contrato digitalizado da venda do terreno, que data de 26 de abril de 1920, e também ao processo que se iniciou em 19 de fevereiro deste ano. Vale destacar que há mais exigências do que propriamente a utilização de Parque Antárctica no nome que não estão sendo cumpridas. Confira no trecho destacado no contrato:
O pagamento das multas retroativas que teriam de ser convertidos de contos de reis para reais não foram um pedido da Ambev. De acordo com a autora do processo, as condições “b” e “c” não estão sendo cumpridas. A empresa alega que a venda dos naming rights para a Allianz Seguros não precisa ser anulada ou revertida, mas que é necessário acrescentar a localização da arena ao Parque Antárctica na promoção dos eventos, sejam jogos ou qualquer evento que envolva o nome da arena. Há no processo até mesmo a sugestão da utilização de “Allianz Parque no Parque Antárctica” partindo de outros exemplos de praças esportivas nos EUA e no Canadá.
Confira abaixo na imagem retirada do documento processual e também um exemplo de anúncio sem a presença do nome Parque Antárctica destacado no processo.
O descumprimento da condição “c” envolve divulgação e venda de cervejas e refrigerantes concorrentes aos produtos da Ambev na arena. No processo, imagens comprovam o descumprimento dessa condição, como você pode conferir abaixo.
O processo ainda corre em primeira instância e a WTorre está no prazo para apresentar sua defesa. A Ambev havia pedido que a WTorre fosse obrigada desde já a regularizar a situação e respeitar os direitos da empresa. De acordo com decisão da juíza Laura de Mattos Almeida em 26 de fevereiro, porém, não há motivo para que a WTorre passe a cumprir as obrigações de mencionar em todos os anúncios que o Allianz Parque está situado junto ao Parque Antárctica, abster-se de permitir a venda de produtos similares aos da Ambev no local e abster-se de permitir a distribuição gratuita e/ou propaganda de produtos similares aos da Ambev na arena.
Vale ressaltar que o Palmeiras não é parte do processo.