Nesta terça-feira (17), um conjunto de consulados do Palmeiras publicou um manifesto em queixa à falta de representatividade dentro do clube. O grupo de torcedores queixou-se da falta de voz e liberdade de expressão junto ao Departamento de Interior.
Na nota, os representantes citam que estão sendo impedidos de exercer o debate em espaços de diálogo do clube, em função de divergências de opinião com a atual gestão. Além disso, eles atestam que tem vivenciado medidas “ditatoriais” por parte de lideranças do departamento.
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Outro ponto de discussão publicado no manifesto foi a postura de Leila Pereira na coletiva de imprensa realizada na última quarta-feira (11). De acordo com os cônsules a entrevista a jornalistas escolhidos pelo clube foi “desrespeitosa e desconectada da realidade”.
Em função do descontentamento dos torcedores, os consulados informaram que irão suspender as atividades e desvinculá-las da chancela do Departamento de Interior do Palmeiras até que as reivindicações sejam atendidas.
Apurou o NOSSO PALESTRA que alguns consulados do clube não foram consultados a respeito do tema, o que gerou surpresa a estes grupos após a publicação da nota.
VEJA NO NOSSO PALESTRA
Gabriel Menino comenta importância da torcida para Palmeiras
Confira o texto na íntegra.
MANIFESTO CONSULADOS PALMEIRAS
Nós, cônsules e consulesas da Sociedade Esportiva Palmeiras (SEP) – torcedores organizados
e comuns – representantes de mais de 60 (sessenta) cidades espalhadas pelos quatro cantos do país e do mundo, expressando os sentimentos de mais de 2.000.000 (dois milhões) de palmeirenses mundo afora, vimos manifestar nossa falta de representatividade junto ao Departamento do Interior – este que deveria ser o guardião das relações institucionais entre o
clube e os milhares de torcedores e apoiadores esparramados pelo mundo.
Há algum tempo, estamos vivenciando censuras claras de ideias, além de atitudes impopulares e ditatoriais por parte da liderança do Departamento. Somos impedidos diariamente de nos
expressarmos nas situações em que existem divergências de opiniões sob o risco e receio de sofrermos sindicâncias, retaliações e, em alguns casos, exclusões desproporcionais e
injustificadas.
Toda nossa consternação quanto à forma de gestão praticada pela liderança do departamento ebuliu recentemente após a coletiva de imprensa, que se pode dizer desastrosa, realizada pela Presidente da SEP. Denotou-se desta coletiva uma interpretação clara, de todos os palmeirenses,
ilustres ou não, como desrespeitosa e desconectada da realidade e da grandeza da história da
instituição.
Comovidos pelo sentimento de repúdio da grande maioria dos palmeirenses, e diante da responsabilidade consular perante nossos torcedores locais, vários representantes
apresentaram questionamentos comuns entre todos nós para a diretoria que os coordenam,
considerando a péssima repercussão causada pela coletiva. Demonstrando sua incapacidade política e de gestão de conflitos, o responsável pelo Departamento do Interior, em vez de auxiliar na construção de argumentos entre os cônsules e consulesas, visando mitigar toda repercussão negativa, optou por excluir injustificadamente aqueles que tiveram a coragem de se expressar, como já ocorrido em diversas situações ao longo de seu mandato.
Neste passo, deixou ainda mais evidenciado seu entendimento de que não existiam argumentos
e narrativas que justificassem o sentimento de decepção da ampla maioria de torcedores em
relação à coletiva de imprensa. Sua inépcia na função de líder e mediador corroborou e reiterou
como verdadeira toda a frustração coletiva perante as falas da Presidente da SEP. Com enorme infelicidade, acabou confirmando sua falta de habilidade na comunicação e, ao invés de apaziguar os ânimos do grupo, acabou por inflamar ainda mais a revolta dos ofendidos, optando pela exclusão de forma arbitrária e sem possibilidade de defesa daqueles que debatiam.
Conforme noticiado, seus argumentos se resumiram a apenas uma única expressão: “VOCÊS ATESTAM TUDO QUE O CNPJ DIZ”.
Assim, é importante ressaltar que não há como atestar os atos e dizeres da presidente na forma imposta pelo diretor e tampouco seremos signatários de declarações do tipo, mas não somente:
(i) “O Palmeiras irá voltar para a segunda divisão, caso a Presidente saia do seu cargo”;
(ii) “Não existe conflito de interesse na relação patrocinadora/fornecedora/presidente”;
(iii) “Essas torcidas organizadas nunca construíram nada. (…)é o grande câncer do futebol brasileiro”
(iv) “Antes da chegada da patrocinadora, a emoção do Palmeirense era não cair para a segunda divisão”.
Com a certeza de que não houve falha de interpretação da maioria da torcida palmeirense e diante
do desgaste da imagem da instituição gerado pela desastrosa coletiva, manifestamos nossa indignação e repúdio e declaramos nosso total apoio ao maior patrimônio do clube: sua torcida.
Desta forma, pedimos uma posição da Diretoria Executiva quanto à necessidade de revisão das
práticas autoritárias do Departamento do Interior. Esperamos que aqueles que compõem esse departamento tenham o mínimo de preparo, decoro e aptidão para ocupar cargos tão importantes. Sugerimos a avaliação quanto à substituição do quadro diretivo do departamento
em seus respectivos cargos diante do risco iminente de se perder todo o trabalho construído por décadas.
Ressaltamos que a nossa visão de Palmeiras não se restringe a uma simples pessoa jurídica,
mas sim, à representatividade de uma paixão inexplicável de milhões de palmeirenses. Todos osmovimentos continuarão existindo nas mais diversas cidades do Brasil e do mundo, pulsando e
difundindo o nome do Palmeiras, com ou sem chancela consular.
Assim, informamos que a partir desta data pausaremos nossas atividades consulares, não mais relacionando nossos eventos à chancela do Departamento até que nossas reivindicações sejam
atendidas.
“O QUE ME PREOCUPA NÃO É O GRITO DOS MAUS, MAS O SILÊNCIO DOS BONS.”
Martin Luther King
Palestra Itália, 17 de outubro de 2023.
CONSULADOS PALMEIRAS
A FORÇA QUE VEM DO NOSSO INTERIOR