Foto: Politize
Jogar dessa forma é matar para não morrer. É fazer da pior forma, da mais torpe, mas em razão da sobrevivência. Perdoa-se, quando a vitória é conquistada. Nunca será motivo de orgulho, mas, às vezes, é o fim pelo meio. Nem sempre é uma opção, quase nunca é, na verdade. Tem caráter de necessidade.
Nas guerras, você tem duas opções: viver ou matar. Não há coexistência entre essas variáveis. Elas não são negociáveis. Uma, naturalmente, retira e impede a sobrevida da outra. No mundo verde, nesses 180 minutos, não há como deliberar entre as opções. Eles não tem poder de barganha. Ganham jardas e tentam matar. Fazer melhor pode ser a morte.
O Palmeiras joga, agora, para sobreviver. Não se permite novidade, mudança de rota, ataques furtivos ou novas abordagens. Segue milimetricamente o plano para definir a guerra em um só ataque. Tem o modelo mais pragmático e se orgulho disso. Por vezes, foi o mais impactante, e morreu. Mudou de lado. Oferece o antídoto e se propõe a espelhar o inimigo.
O crime de guerra desse time é ser tão pouco. Deixou de ter um atacante para ter alguém capaz de combater a força do inimigo. E viu êxito na empreitada. Zé Rafael foi o boi de piranha que morreu pelo bem do coletivo. Como fez Viña que não foi. Apenas ficou. Segurou. Resguardou. Marcou território e delimitou espaço ao ataque de lá. Pragmatismo, dedicação e foco coletivo. O mal pelo troféu.
Vanderlei doutrina o modo de guerra. Já foi o modelo de arrojo, mas, ciente de seu próprio pragmatismo, não finge mais costume. Assumiu a necessidade e embrulhou o regulamento para matar. Não importa como, não importa o que verão os olhos. Não importam as análises. Ele vai cometer quantos crimes forem necessários. Não poupará qualquer reserva de orgulho ou de beleza.
Como na guerra, as finais não são jogadas, elas são vencidas.
É sábado.