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Cucabol: Palmeiras 2 x 1 Coritiba, BR-16

Cucabol: Palmeiras 2 x 1 Coritiba, BR-16

Era um timaço. A segunda Academia de da Guia. Era campeã paulista invicta de 1972. Mas parecia que não seria mais a favorita ao título brasileiro. Roberto Dias mandou um canudo e abriu o placar para o São Paulo no Morumbi. Terto fez o 2 a 0. Festa tricolor. A classificação parecia encaminhada para o rival. No meio de semana, o São Paulo venceu o Coritiba por 2 a 0. O Palmeiras fez 3 a 1 no America carioca no Pacaembu para 40 mil palmeirenses. Mas tudo parecia tricolor. Era só empatar com o América no Rio na noite de sábado. O Palmeiras teria de vencer o Coritiba no Palestra. E torcer contra o rival.

Ademir da Guia cabeceou e Leivinha abriu o placar contra o Coxa, aos 27. Leivinha aproveitou doce passe de Edu

Bala e fez 2 a 0 no Coritiba, logo depois de Madurga perder um pênalti. Leivinha passou na cabeça de Luís Pereira para fazer 3 a 0. Dever de casa feito. Mas era preciso o Diabo dar o ar da graça no Maracanã. Mais que os três gols palmeirenses, o Palestra vibrou mesmo com Mauro.

Ele fez o gol americano no Rio, aos 11 do segundo tempo, quando o Verdão já vencia por 1 a 0. O gol que reabriu o

caminho brasileiro do Palmeiras. Empates contra o Inter na

semifinal e Botafogo na decisão deram o título nacional de 1972.

O gol de Nei no 1 a 1 com o Inter na semifinal seria o último gol daquela conquista. Gol que explodiu o Pacaembu. Mas, no Palestra, nenhum gol foi mais celebrado que o do Maracanã. O de Mauro do América.

Ninguém gosta de depender dos outros. Mas, muitas vezes, prefiro depender dos rivais a esperar muito do nosso time. Por vezes temo quando dependemos só da gente. Aí é que o porco torce o rabo e distorce nossa paixão.

Em 1972, tudo parecia tricolor. Deu Verdão. Mesmo com menos de 8 mil no Palestra para ver o Palmeiras vencer o

Coritiba e ouvir o São Paulo perder no Rio. O jogo do Maracanã acabou antes. Estava 2 a 0 Palmeiras quando o

sistema de som do Palestra anunciou a vitória americana, ou ainda melhor, a vitória palmeirense. O placar final no

Maracanã foi mais celebrado que o terceiro gol do Luisão.

Futebol é assim, o Palmeiras, algumas vezes: nossos rivais nos dão mais alegria.

O Flamengo seguia a um ponto da gente em 2016. Na Copa do Brasil, nossos reservas com apenas dois titulares foram a Paraíba e perderam para o Botafogo por 1 a 0. Alecsandro jogou pela primeira vez desde a derrota para o Galo. Mas o foco era o Brasileiro. Sempre foi. O então campeão da Copa do Brasil não queria ser o primeiro bi da competição. Queria ser o primeiro campeão da Copa a vencer o Brasileiro do ano seguinte.

34 do segundo tempo no Allianz Parque. Dudu dribla e desvia de

cinco rivais e acha Gabriel Jesus livre. O jovem atacante finta com facilidade mais um, mas pega mal na bola. Perde uma das 13 chances do líder. Onze delas no ótimo segundo tempo.

Um dos mais belos lances do Palmeiras e do Brasileiro. Do time que mais gols fez e de saldo deles além do dobro do vice. O Flamengo que tem jogado melhor e até mais bonito que o melhor time do campeonato. Merece elogios e vai continuar até o fim lutando pelo hepta. Mas terá de torcer contra o Palmeiras do jeito que muita gente torce o nariz contra o futebol de Cuca.

Com cheirinho ou não de hepta.

O Galo Doido de 2013 do Cuca era emocionante e eficiente e muitas vezes talentoso. O Porco Louco de 2016 afoga o rival muitas vezes na saída de cada tempo e na saída de bola rival. Quatro vezes o ataque palmeirense ganhou bolas na saída errada alheia. Abafa treinado pelo técnico. Mas chance boa no primeiro tempo só aos 46 minutos. Wilson foi bem como sairia mal no primeiro gol de Leandro Pereira em um ano, aos 5. Quando já poderia estar o 2 a 0 que saiu com Mina. Ótimo zagueiro e grande atacante. Artilheiro que fez gol em cada um dos rivais nos três primeiros clássicos! Mina que concluiu belo lance ensaiado. Jogada de bola parada de pé em pé. No chão. Bonito. E não é crime se fosse pelo alto.

O Coritiba só saiu pro jogo com as mexidas. Iago descontou aos 30, em falha rara de Mina, e saída precipitada de Jailson. O Coxa ainda criou algo. Mas não buscou melhor sorte. Fortuna que o Palmeiras teve em 2016. Esse time também sabe jogar com a bola no chão (apesar do gramado ruim do Allianz). Só quem não quer dar bola para o líder pode torcer algo além do nariz.

No dia seguinte, no domingo, o Flamengo virou em cima da hora contra o Cruzeiro. Baita vitória em Cariacica. ͞Virada de campeão que o manteve a um ponto do Palmeiras. Elogiado por Deus, o mundo e o diabo como não foi o time de Cuca quando jogou tão bem quanto. Como não jogava bem e bonito assim desde…

Desde… 2015? 2009? 2008? 2005? 2004? 2001-00?

Desde 1999 não tinha tanta bola assim. Desde o século campeão do Palmeiras. E com potencial de ser ainda mais bonito como Gabriel Jesus, Róger Guedes e Dudu trocando bolas, de posição, e de marcha em alta velocidade. De fazer tudo e bem como Tchê Tchê e Moisés. De ser Palmeiras na sua melhor acepção com a inteligência, intensidade e vibração de Cuca.

De cuore, professore, mais que parabéns, obrigado. Faz tanto tempo e partidas perdidas que a gente não tinhaessa sensação que é preciso curtir o momento. Viver a alegria de jogar bem e vencer como Palmeiras. Ou de não atuar tão bem e ainda assim ser vencedor.

Ser Verdão é ser desconfiado. Acreditar que tudo pode dar errado mesmo sendo tudo tão certo por já ser Palmeiras. É ser corneta, comedor de amendoim, descascador de reputação, crítico até a medula do goleiro ao gandula. Mastambém é defender esse P que carregamos no peito de Palestra, de periquito, de Palmeiras e de porco. Essa PPP parceira pública-palmeirense que manda à PQP quem nos critica, quem nos detona, quem desconfia, quem torce contra ou quem não é dos nossos.

A gente pode falar mal do Palmeiras. Vocês, não. Palavrade quem fala mal como corneteiro.

Na nossa casa a gente se desentende. Vocês ficam de fora. Então deixem a gente não só curtir a ponta, mas

também os pontas do 4-2-1-3 do Cuca. Deixa a gente mesmo ficar mal de tão bem. De achar sempre que uma

hora o juiz mete os apitos pelas mãos – e nem tantos erros têm atrapalhado. De achar que meio time vai se lesionar,

os outros vão pra Europa, que Cuca vai voltar pra China, que vai ter evento todo dia no Allianz.

Deixem que a gente se desentende. Assim somos desde que nos entendemos como palmeirenses. Se é que isso alguém entende.