Nesta quinta-feira o Palmeiras reencontra a equipe do Colo Colo, pelas quartas de final da Libertadores da América. Além de rever os ex jogadores do Palmeiras Barrios e Valdívia, o time alviverde também reencontra o adversário que sofreu um dos gols mais bonitos que poderia sofrer.
Em 2009, o time brasileiro enfrentou o time chileno na fase de grupos da Libertadores e, para evitar uma eliminação precoce, o Palmeiras precisava ganhar em Santiago, no Chile.
Desde os 17 minutos do segundo tempo, a equipe alviverde jogava com um a menos, depois do segundo cartão amarelo dado para o Marcão, que resultou na expulsou do zagueiro. Não era possível que o time repetiria sua pior campanha em Libertadores. Não era possível que o time seria eliminado na fase de grupos. Não podia ser. Não foi.
Aos 42 minutos de jogo, Armero toca na esquerda para Willians que, sem espaço, recua para Cleiton Xavier. E, aí, a mágica começa acontecer. A bola foge, mas Cleiton recupera, ajeita, domina e bate. Enquanto fazia seu caminho do meio da rua até o gol, o palmeirense era um misto de esperança e raiva pelo chute de tão longe.
Foi demorado, dois segundos separavam a angustia da explosão. Dois segundos que, ao vivo, foram duas décadas. Demorou para a bola fazer todo aquele percurso até entrar no gol. Demorou dois segundos. Foram os dois segundos mais sufocantes, sem ar, pensando na trajetória de todo aquele ano, pensando em 30 anos atrás e como aquela campanha não poderia ser repetida. Até que os dois infinitos segundos passaram e a bola, finalmente, entrou. E, como José Silvério narrou, que golaço!
O então camisa 10 foi esmagado em uma euforia que estava sufocando cada Palmeirense. Fez entoar o grito da classificação na garganta dos 18 milhões de palmeirenses. Marcou o gol mais importante da carreira dele e o mais importante daquele ano do Palmeiras. Fez Vanderlei Luxemburgo esquecer toda a classe que vestia e comemorar do jeito mais autêntico que se comemora no futebol: de qualquer jeito.
Fez a esperança voltar em cada coração verde e branco que pulsava descontroladamente. Fez a classificação vir e fez a Taça Libertadores ser mais obsessão do que sempre foi.
Que nesses dois jogos o Palmeiras seja Palmeiras. Não precisa ser tão sofrido como foi em 2009, muito menos terminar como aquele ano terminou. Mas que seja Palmeiras. Com raça. Sem desistir. Sem parar de lutar. Sem parar de obcecar a América.