Arte: Daniel Resende
Sai quem bateu no peito e foi cobrar o pênalti. Sai quem encarou o artilheiro adversário na palavra e na bola. Quem desafiou Ricardo Oliveira e o bom Santos que ele liderava intelectualmente. Sai a perna direita que encheu o pé e fez a torcida cantar e vibrar. A voz facilmente reconhecida como campeã. De fato. Prass sai, mas fica na história.
Sai quem chegou em anos apagados. Que resolveu chegar mesmo o Palmeiras não sendo o que sempre foi em 100 anos. Deixa a cena um dos maiores goleiros da academia. O nome que as crianças gritam nas defesas. O ídolo máximo de todos que viram a camisa azul se esticando atrás da bola. Deixa saudade logo nas primeiras horas.
Fernando é Palmeiras. O Palmeiras perde um pedaço sem Prass. O pedaço que espalmou Petros. Que impediu Elias. Que cresceu diante de Fred. Que adiou Volpi. Que fez chorar de alegria. Se despede o nome mais citado desde 2013: Fernando Prass.
Nós não acreditamos que alguém poderia substituir Marcos. Mas até esse milagre você fez.
Nós acreditamos mais tendo você no gol.
Sai do palco a entrevista sincera e moderada. O grito com a defesa. O pedido de posicionamento. O ponto de encontro do perdido 2014.
Que o choro não seja pelo adeus.
Que o grito não seja apenas "muito obrigado".
Que o berro seja "defendeu, Prass."
Nós vamos sempre te defender.
Prass é muito maior do que qualquer diretoria