(Foto: Cesar Greco / SE Palmeiras)
Dados fornecidos por Vítor Tardelli (@vitorstardelli)
A derrota no Dérbi de ontem (22) foi um balde de água fria na torcida alviverde. O sentimento de frustração, no entanto, não vem acompanhado do sentimento de surpresa, visto que, desde 2017, foram duas vitórias e sete derrotas do Verdão em 11 confrontos com o arquirrival. Agora, são oito derrotas em 12.
Os dados desses confrontos ilustram uma realidade ainda mais desanimadora da inferioridade alviverde: o Palmeiras chutou 185 vezes e fez apenas 6 gols, uma média de quase 31 finalizações para uma dar resultado. No rival, são 103 chutes e 14 gols, uma média de 7,31 tentativas para uma balançar a rede. Eles são 4x mais eficientes do que nós nesse quesito.
Já a proporção de chutes no alvo convertidos em gols do Verdão é de 7,3, dado que a equipe tem 44 finalizações certas ao todo. Já o rival, que acertou 49 chutes contando todos os confrontos desde 2017, tem uma média de 3,6. São 2x mais eficientes do que nós nesse aspecto.
Agora, um fato ainda mais sintomático: em todos os Dérbis que o Palmeiras teve mais de 60% de posse, foi derrotado. Foram cinco ocasiões:
- Corinthians (34%) 1 x 0 Palmeiras (66%) – 23/02/2017
- Palmeiras (62%) 0 x 2 Corinthians (38%) – 12/07/2017
- Corinthians (39%) 3 x 2 Palmeiras (61%) – 05/11/2017
- Palmeiras (70%) 0 x 1 Corinthians (30%) – 08/04/2018
- Palmeiras (65%) 0 x 1 Corinthians (35%) – 02/02/2019
Em quatro desses cinco jogos citados, o Corinthians marcou o gol inicial antes dos 27 minutos do primeiro tempo.
Essa estatística evidencia a extrema falta de criatividade alviverde para superar a retranca corintiana, e a dificuldade colossal ao sair atrás no placar. O rival consegue o gol necessário para vencer e, a partir disso, fecha a casinha, entregando totalmente o controle do jogo ao Palmeiras. Nessas ocasiões, o Verdão tem a bola, mas simplesmente não consegue converter a posse em gols.
Ontem, o roteiro foi parecido, com a diferença de que o Palmeiras só teve mais de 60% de posse no 2º tempo (61%, segundo o SofaScore). Mas a dificuldade persistiu, idêntica. Um roteiro tão manjado, mas que não cansa de se repetir, confirma um time sem filosofia, sem um projeto que permita o desenvolvimento de uma ideia clara de jogo. É atestado de um planejamento confuso, sem critérios para contratar ou demitir treinadores. Esses dados dos últimos três anos não podem ser mera coincidência.