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A dor maior de Jean não é no joelho, mas na regularidade que se foi

A dor maior de Jean não é no joelho, mas na regularidade que se foi

Nos últimos nove anos, Jean foi por seis temporadas o 1º ou o 2º jogador de linha com mais jogos nos clubes em que atuou. Em 2009 e 2010 no São Paulo, depois em 2012, 2014 e 2015 no Fluminense e, por fim, 2016 no Palmeiras. Números acima da média, assim como suas atuações durante toda a carreira.

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tabela jean

Entrevistei Jean e o preparador físico Omar Feitosa no final de 2016 para produzir uma matéria no Esporte Interativo com o objetivo de explicar o fenômeno da regularidade na carreira do lateral e meio-campista. Ouvi de Omar que Jean é um case de sucesso físico. Partindo do princípio de que o jogador seguisse sua rotina de alimentação e trabalhos físicos, ele poderia ultrapassar os 40 anos jogando em alto nível. Jean é tão detalhista que, nessa matéria, revelou cuidados até com a qualidade e o tempo de seu sono. Mas desde 04 de junho de 2017, ele provavelmente não consegue dormir direito.

O desgaste na cartilagem do joelho direito não é resultado de uma falta de cuidados. É do dia a dia da profissão. O problema gerou um cronograma de trabalho especial para que Jean pudesse atuar pelo Palmeiras. Enquanto a equipe treinava no gramado, muitas vezes o meio-campista e lateral se exercitava na parte interna do clube em busca de um mínimo de conforto para poder entrar em campo nos últimos seis meses da temporada.

Meses depois de se tornar peça-chave na conquista do seu tricampeonato brasileiro pelo terceiro clube diferente e ser eleito o melhor lateral da competição, aos 31 anos, Jean teve de lidar com o departamento médico como jamais necessitou. Devido a nova limitação, ele participou de 19 dos 37 jogos do Palmeiras após o dia 04 de junho. Foi titular em 14 deles. Frequência nada habitual para a sua carreira. Ainda em junho, Mattos revelou que uma cirurgia aconteceria em algum momento.

“Nosso competente departamento médico está conseguindo fazer o Jean jogar, sabe-se lá como, porque ele realmente uma hora vai ter que parar e ver o que vai resolver do joelho”, revelou o diretor de futebol do Palmeiras, Alexandre Mattos, em junho de 2017.

Para quem tanto jogou, em quantidade e qualidade, passar a ser desfalque por problemas médicos certamente desanima, entristece e irrita. Operar para tentar acabar com a dor e, principalmente, com as ausências nos jogos é uma tentativa válida e Jean levará sua recuperação como sempre levou sua carreira: com todo o cuidado e dedicação possíveis.

2017 não foi um ano de comemoração para a torcida do Palmeiras, assim como também não foi um grande ano para Jean. Em 2018, vive no clube a esperança de conquistar um título, assim como vive em Jean a esperança de deixar esse problema para trás. A cirurgia pode fazê-lo voltar a encontrar sua regularidade e render ao Palmeiras um grande reforço para a temporada.

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Jean conquistou o Brasileirão em 2008, 2012 e 2016 (Foto: Cesar Greco/Ag.Palmeiras)