Foto: César Greco
O Dudu era um garoto alucinado pelo Palmeiras que foi pego pela TV chorando demais numa dolorida eliminação. Poderia ser o camisa 7 perdendo a cabeça e o peito no árbitro na final do SP-15. Mas era o Dudu Bugan chorando moleque de tudo no Pacaembu, depois da virada na Sul-Americana de 2010 para o Goiás de Rafael Moura. O centroavante do América que o Palmeiras não deixou chutar uma bola na meta de Weverton, nos 4 a 0 no Allianz Parque que deixou o Palmeiras a uma vitória (ou dois empates) nos dois jogos finais para ser deca.
Naquela noite perdida que parecia ganha depois da vitória em Goiânia em 2010, o Palmeiras de Felipão fizera 1 a 0 num belo gol de Luan. O mesmo camisa 11 americano no Allianz que faria parte da campanha do enea. Xará do zagueiro que deu a volta por cima no Palmeiras em 2018 e fez 1 a 0 aos 13, depois de uma bola carambolada. Sorte de campeão. Também de um time que criou 14 chances e só concedeu uma bola espirrada por Weverton na primeira etapa.
Dudu estava infernal mais uma vez. Aberto pela direita ou atrás de Willian e do centroavante, ele foi o nome do jogo como está sendo do BR-18. Deu gol a todos os companheiros. Borja isolou um gol que não se perde aos 43. Deyverson entrou no intervalo e com 34 segundos marcou impedido. Willian faria o dele aos 30. Recebendo de Dudu. Dudu que receberia a graça do terceiro golaço aos 32. Antes de receber as palmas (quando substituído) que o Palmeiras na final do BR-15 queria palmadas no menino mimado. Ou vaias em 2018 quando não estava bem e pensou (com razão) na China.
Mas o baixola cada vez maior é emoção. Como foi Deyverson que tanto usa bem a cabeça na bola (nem sempre fora dela) para fazer o quarto, aos 37. Sete minutos e três gols no plano inclinado do Gol Sul. Homenagem ao Dudu que repintou o sete na história do Palmeiras.
Dudu como o menino que chorou no Pacaembu em 2010 como vários marmanjos que viam então mais uma eliminação inexplicável de um time que não tinha futuro. E que hoje é o melhor presente que todos os Dudus merecem.
O menino cresceu. É o da foto no Allianz. Carregando no ombro como foi carregado pelo pais.
Naquela noite triste de 2010 que a Globo o flagrou e virou exemplo de dias derrotados, ele voltou a pé pra casa perto da Paulista. Era assim em derrota. Como saiu de casa no BR-16 para celebrar o enea. Quando chorou como “havia muito tempo que não chorava por futebol”.
Dudu cresceu. Cresceram. O Dudu símbolo da torcida sofrida em 2010 que agora canta e vibra e sempre sofre até quando goleia esperando o empate que o Flamengo fez vitória contra o Grêmio, no Rio. O Dudu ídolo dessa gente que corneta e teme até quando tudo parece Palmeiras. Na derrota de 2010 e na goleada de 2018.
O Palmeiras tem o Dudu valente volante das Academias que é busto desde 2016 por tudo que fez de 1964 a 1976. Teve em 2010 o Dudu Bugan como símbolo do que parecia se perder como sonho de criança de todas as idades. Mas que sabia exatamente por aquele amor em lágrimas do pequeno Dudu contra o Goiás no Pacaembu que a alma estava conquistada pro futuro que desde 2015 o gigante Dudu simboliza: a virada do jogo de se tirar o chapéu.