Ainda é pouco, é incipiente, mas já é tanto. O final do ano que nos deixou foi um tanto triste. Desalentador, pobre, frágil, desconexo de tudo e todos que construíram o melhor Palmeiras que somos. Era um cenário com poucos motivos para reacender uma chamazinha de esperança, mas o ano novo tem sido muito além do que uma reconstrução de nomes. Tem sido uma mão estendida para a essência perdida.
O diálogo ressurgiu. Abriu horizontes, enfim. A campanha Puma e Palmeiras abre os novos e próximos doze meses dizendo ao mundo que aquele clube é teu. De todos vocês. Da minoria, da maioria, do consumidor, do apaixonado, do desconhecido, do endinheirado, do meramente envolvido, do que sempre amou e de quem tá chegando agora. Nínguem torce melhor ou tem mais espaço, ninguém canta mais certo ou mais errado que outro. Eles, juntos na diferença, compõe a arquibancada.
Dias depois, monta sua própria seleção no feminino. Trata e contrata a excelência das gurias que precisam de luz. Olha pra sua torcedora e a traz para perto. Demostra e pratica o que veiculou na campanha publicitária. Fecha a equipe com uma atleta que é a melhor do mundo no futsal e deficiente auditiva e cede a ela a chance de ir para o gramado
Enche uma sala de coletivas para que ela, ao lado de um intérprete de libras, recebesse as honrarias da apresentação. Camisa, fotos, livro, palmas. Méritos a quem sempre mereceu e pouco recebeu. Todas elas ostentando o número 10 nas mão para encerrar o dia mais importante do futebol feminino da SEP. O primeiro de tanto e tantos que estão por vir.
O mesmo Palmeiras que trocou os milhões pelos meninos. Que atendeu seus torcedor e agora interage (ainda que lentamente) com seus seguidores, que abre treino, que não esconde seus projetos, que flerta com a volta de seu povo pra rua. Deu um passo pequeno, mas deu, afinal. Depois de tanto tempo sem dar. Não repetiu os anos que passaram e subiu seus preços. Diminuir em alguns jogos? Porque não? Quem sabe não seja a próxima ação.
Se esse Palmeiras terá sucessos nos gramados, não se pode responder, mas que ele estendeu a mão para ter seu bem maior por perto, parece não haver dúvida. Vitórias são magníficas, mas estar em paz com os seus é muito melhor. Talvez seja a melhor das partes. A mais gostosa. A mais importante para carregar um projeto no caminho da conquista.
Continue, Palmeiras, é um bom começo.