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Empate com Bahia comprova: em 2017, Palmeiras foi time do 'se'. E 'se' não ganha campeonato

Empate com Bahia comprova: em 2017, Palmeiras foi time do 'se'. E 'se' não ganha campeonato

Não há mais dúvida de que o Palmeiras está fora da briga pelo título brasileiro. O time deixou escapar a vitória para o Bahia diante de sua própria torcida, tendo aberto dois gols de vantagem logo no primeiro tempo. Se obtivesse sucesso em manter a vantagem até o fim, seguiria trabalhando a ousada meta de conquistar 12 vitórias nos últimos 12 jogos. Porém, o tal do ‘se’ mais uma vez justificou uma frustração do torcedor palmeirense em 2017. E está longe de ser a primeira.

O primeiro ‘se’ do ano foi regional

No Paulistão, ainda comandado por Eduardo Baptista, o Palmeiras realizou uma primeira fase digna de elogios. Perdeu apenas três jogos, sendo um deles o clássico contra o Corinthians, em Itaquera, e outro contra a Ponte Preta, na última rodada, já classificado, mesclando titulares e reservas no Moisés Lucarelli. Fora os três tropeços, o Palmeiras conquistou oito vitórias e empatou apenas uma vez. Nas quartas de final, mais duas consistentes vitórias contra o Novo Horizontino e a confiança de que tudo estava no caminho certo se mantinha. Eis que um primeiro tempo desastroso contra a Ponte Preta, na partida de ida da semifinal, elimina o clube do Paulistão. Um apagão resultou no placar de 3 a 0, fato anormal, contra a lógica e inesperado. O pensamento na época era simples: se não fosse aquele primeiro tempo, o Palmeiras seria campeão.

O ‘se’ com sotaque castelhano

Em meio a decepção no Campeonato Paulista, o Verdão trabalhava sua obsessão na Copa Libertadores da América. A classificação para a segunda fase da competição foi repleta de emoções, embora a equipe tenha chegado ao derradeiro jogo diante do Tucumán, dentro do Allianz Parque, podendo se classificar até sendo derrotada. No sorteio das oitavas, pinta a bolinha do Barcelona-EQU. Com a decisão acontecendo no Allianz Parque, o Palmeiras viajou para o Equador convicto de que não valeria a pena se expor. Aos 46 minutos do segundo tempo, veio o castigo. Um chute de fora da área desvia em Bruno Henrique, passa pelo meio das pernas de Thiago Santos e trai Fernando Prass. O bom empate por 0 a 0 se torna a terrível derrota sem gols marcados fora de casa. Lá vem o ‘se’ de novo… “Se aquela bola parasse no Bruno Henrique ou fosse travada pelo Thiago Santos, não entraria”. “Ou até mesmo se fosse direto para o gol, seria facilmente encaixada nos braços de Prass. Mas tudo bem, acontece. Vem aí o segundo jogo”, comentava o torcedor palmeirense.

Uai, sô… Quer dizer, ‘se’

Antes dele, aliás, ainda tinha a Copa do Brasil pela frente. Na primeira partida, mais um daqueles apagões levaram o Palmeiras a buscar o histórico 3 a 3 dentro do Allianz Parque depois de sair perdendo por 3 a 0. A lição recebida contra a Ponte Preta pareceu ter sido aprendida e, no Mineirão, a pressão era toda do Cruzeiro. Pressão, aliás, que aconteceu dentro de campo, mas não surtiu efeito até o Palmeiras abrir o placar com Keno, chutando de fora da área, em gol que aconteceu no segundo tempo. O Palmeiras precisaria segurar o resultado por menos de meia-hora. Segurou por 25 minutos. Aos 40, em falha do sistema defensivo, o Cruzeiro empatou e garantiu vaga na fase seguinte. Junto com a eliminação, veio mais um: “Se não fosse uma falha da zaga, o Palmeiras seguiria na competição”.

Se Moisés estivesse 100%

A Copa do Brasil era importante, mas não era a obsessão. Em agosto, a segunda partida do mata-mata da Libertadores contou com a estrela de Moisés. Voltando a atuar bem antes do previsto pelo Palmeiras, ele marcou o decisivo gol da vitória, levando a partida para a disputa das penalidades, onde o time se despediu da sua obsessão. A frustração foi tão grande quanto o número de ‘se’ que surgiu. Alguns diziam: “Se Moisés pudesse jogar os noventa minutos, o Palmeiras teria conquistado a vitória no tempo normal”. Outros tinham a certeza de que, “se o goleiro fosse Fernando Prass, pelo menos mais uma penalidade pegaria! E se o time não houvesse levado aquele gol lá em Guayaquil?”.

Se Cuca tivesse mais tempo para treinar e trabalhar esse elenco…

Haja ‘se’, mas mata-mata é assim mesmo, não é? “Se houvesse mais tempo para treinar e um calendário menos apertado, o Palmeiras estaria melhor preparado e conquistaria as duas competições”, de acordo com alguns especialistas. Já o torcedor, procurava observar os fracassos de outra forma. “Se não deu para conquistar uma copa, nos pontos corridos o elenco milionário vai mostrar toda a sua força”, diziam os mais otimistas, iniciando o último ‘se’ envolvendo um título no ano.

Se o Palmeiras conseguisse transformar treino em resultado

Em dois meses, o Palmeiras atuou apenas oito vezes e trabalhou com foco nas partidas, sendo com atividades no CT ou com o importante e reclamado repouso, 52 dias. O calendário menos apertado trouxe a medíocre porcentagem de 50% de aproveitamento, com três vitórias, três empates e duas derrotas. A principal meta se tornou conquistar o segundo turno, mas os tropeços contra Vasco, Chapecoense e Atlético-MG fizeram com que Cuca estabelecesse algo novo e mais rápido para motivar o grupo: as seis vitórias em seis jogos. Depois de bater o Coritiba e o Fluminense com grandes atuações de Fernando Prass, o Palmeiras perde para o Santos e o elenco dobra a meta, tendo como objetivo vencer os 12 jogos finais do Brasileirão. Porém, o objetivo sucumbe logo na primeira partida da sequência, quando o Bahia rouba dois pontos do Palmeiras dentro do Pacaembu. Na coletiva após a partida, Cuca desiste do assunto título e passa a falar em jogo a jogo. Se o Palmeiras obtivesse sucesso em manter a vantagem até o fim, seguiria trabalhando a ousada meta de conquistar 12 vitórias nos últimos 12 jogos. Aliás, esse ‘se’ você já leu.

E vem mais ‘se’ por aí. Mas se sabe que não deu certo

2017 foi uma sucessão de ‘se’ na vida do palmeirense. A frustração sempre vinha acompanhada de uma desculpa para seguir sonhando com a consolidação de um projeto que gastou milhões visando terminar o ano no topo do mundo, mas talvez não termine nem mesmo entre os cinco melhores do Brasil. E os ‘se’ vão seguir até o final do ano.. Se Borja se tornasse o jogador que todos esperavam, será que 2017 teria sido diferente? E se Alexandre Mattos tivesse contratado um lateral esquerdo, será que Egídio estaria em campo para desperdiçar aquela penalidade? Se Felipe Melo se tornasse o líder técnico que todos esperavam, em vez de ser afastado, o  setor de meio-campo teria se consolidado? Ah, sim: e se Cuca não tivesse saído ao final de 2016, será que o Palmeiras teria um time definido a essa altura da temporada, ou bem antes? O que se sabe é que em 2017, o Palmeiras foi o time do ‘se’. E sem título.