Todo duelo da Série A do Campeonato Brasileiro tem um grande estudo das duas equipes que se enfrentam. Todos observam os padrões de comportamento de cada um pelo menos nos três jogos anteriores ao enfrentamento, principalmente na bola parada. Cada movimento é analisado para que nada saia errado e, partindo desse princípio, dificilmente algum atleta estará “marcando nada” na grande área. Foi o que gerou dúvida no torcedor com relação ao posicionamento de Felipe Melo no gol da vitória do Fluminense por 1 a 0 sobre o Palmeiras no Maracanã.
Vale destacar que o próprio Felipe Melo sabia que a falha não foi sua e deixou isso claro na zona mista:** “Me perguntaram sobre falha individual. Isso se resolve dentro do vestiário. Não vou falar de companheiro meu aqui”.
Vamos observar a jogada em três fotos para entendermos a marcação do Palmeiras em três importantes momentos:
**1º – Separei em três círculos de diferentes cores como o Palmeiras se organizou para marcar esse cruzamento na área. A marcação parece acontecer por zona, ou seja, cada atleta defendendo um espaço pré-determinado dentro da área. **
2º – Nenhum jogador do Fluminense recebe um bloqueio ou uma marcação individual. Todos avançam na área sem que um atleta do Palmeiras impeça, ou seja, Roger Machado pediu para que cada jogador defendesse um espaço. Porém, o lateral Gilberto não atacou a bola e aguardou um possível rebote. Quem estava mais próximo dele era Diogo Barbosa, que atacou o espaço, já que é impossível dizer que ele realizava marcação individual em Pedro, tendo em vista que nenhum jogador marca um homem na bola parada de longe ou correndo nas suas costas.
3º – A jogada do Fluminense (certamente pré-determinada) funciona e Gilberto fica livre de marcação. Quando ela sobra para Gilberto finalizar, o volante Felipe Melo é o mais próximo dos três atletas do Palmeiras que marcavam um espaço que o cruzamento não atacou. Embora não fosse responsabilidade do camisa 30, ele tenta chegar em Gilberto para impedir o chute. Observando rapidamente o lance, muitos imaginam que Felipe Melo estava perdido na grande área, quando na verdade ele apenas cumpriu a sua função na bola parada e tentou evitar um gol por ser o mais próximo do rebote.
Nenhum dos dois técnicos abordou o lance de forma específica para indicar o que cada um queria de seus comandados, por isso a única análise parte da observação do lance. Partindo dela, o posicionamento de Gilberto surpreendeu o treinamento da bola parada defensiva do Palmeiras e Diogo Barbosa falhou em não observar aquele que estava mais próximo dele. Embora marcasse zona, e possivelmente tivesse a obrigação de atacar o espaço do segundo pau, três palmeirenses estavam nessa bola.
A questão é que Diogo Barbosa precisaria definir se cumpria sua função ao atacar o espaço onde a bola se dirigia e colocava mais um homem em busca de superioridade numérica conseguindo uma chance maior de tirar a bola em um bate-rebate ou descumpriria a função que pareceu pré-determinada e fechava o espaço de Gilberto, que se posicionou para um rebote próximo da marca de penalidade. Tudo isso em menos de cinco segundos. O que podemos afirmar partindo das imagens e da análise delas sem a palavra dos técnicos é que Felipe Melo não foi o culpado na jogada.
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