Não vai dar pra ver o sol amanhecer, pra ver a vida acontecer, a ansiedade crescer, como um dia de domingo. De Derby. Era pra estarmos confabulando qual time Vanderlei levaria pro gramado de Itaquera contra um rival, quem sabe, eliminado do Paulistão?
Quem sabe, então, jogando a vida pra avançar aos mata-mata da competição. Nervosos, faríamos promessas caso tudo ocorresse bem na jornada do verde. A zoeira da segunda-feira estava alinhadíssima.
No trabalho de sexta, teríamos feito apostas, colocado uma caixa de cerveja em jogo, prometido um jantar ou aquele almoço corrido. Teríamos, nós, analisado o Corinthians de ponta a ponta, criado teses mirabolantes de como o alvinegro viria para nos enfrentar.
Do ladecá, deixaríamos sugestões sobre como atuar e qual time escalar pra vencê-los. Domingo teria começado como aquele textão motivacional para já saírmos da cama trajados de verde e com sangue nos olhos.
Não vai dar. E como faz falta, né. Reclamamos tanto de usar esse meia, aquele volante, aquele improviso, aquela escolha. Aqueles 11, aquelas substituições. Aquela atuação ruim. Aquele preço. Aquele mundo que ficou pra trás, um pouquinho. A gente volta, a fé diz, mas que voltemos vendo a vida melhor. Aproveitando cada segundo, cada Derby, como se fosse o último.
Nunca se sabe quando será.