Presidente Mustafá Contursi seguia em rota de colisão com Luiz Felipe Scolari. Não pagava parte dos vencimentos dele por conta de seus desejos e declarações de que sairia do Palmeiras. Para piorar, cartolas alviverdes não tinham gostado do teor da bronca que o treinador dera no elenco na véspera. No Day After da derrota no Derby por 4 a 3, jogo de ida das semifinais da Libertadores-2000.
Reunião que foi dentro do vestiário da Academia, na quarta-feira à tarde. Mas com toda a imprensa ouvindo do lado de fora. Aquela célebre declaração em que ele exorta o elenco a ter "raiva dessa porra dê Corinthians". A "comer a orelha" dos rivais. Mandando dar catarrada. Chegar junto.
Parte da imprensa também se "escandalizou" com o tom do papo. Sobretudo a que nunca chutou uma bola nem em apartamento.
Edilson, chamado entre outros elogios, de "covarde" por Felipão, achou "normal" o que o treinador falou: "ele fez isso pra vazar mesmo pra imprensa, pra motivar o elenco e a torcida deles".
O corintiano Adilson foi capitão campeão da América pelo Grêmio de Felipão, em 1995: "ele faz tudo para motivar seus jogadores". Ele também achava que Felipão deixara a imprensa ouvir e noticiar de propósito.
Euller, falando a respeito disso ontem, na Live do NOSSO PALESTRA, disse que não sabe ainda hoje se Felipão fez de propósito para vazar: "mas deu certo. Ele nos pilhou demais".
A semana era tão absurda que, naquela quinta-feria, menos de 48 horas depois do espetacular 4 x 3 para o Corinthians, as duas equipes foram a campo pela Copa do Brasil. Os reservas alvinegros foram eliminados pelo Botafogo, no Canindé, com a derrota por 2 a 1.
Em Natal, o Palmeiras estreou no torneio com reservas e juniores e ficou no 3 a 3 contra o ABC. Asprilla, punido por indisciplina, foi o destaque alviverde.
Domingo pela manhã teria a semifinal do Paulista contra o Santos! Terça à noite o jogo de volta pela Libertadores, no Morumbi.