Uma das maiores vitórias da história do Palmeiras. Na casa do então campeão da América, favorito na disputa de um lugar nas quartas-de-final da Libertadores-99, o Verdão comandado por Alex fez 4 a 2 no Vasco e se classificou para enfrentar novamente o Corinthians, que eliminou na mesma noite o Jorge Wilstermann, no Pacaembu.
Assim como na semifinal da Copa Rio de 1951, o Palmeiras desbancava o favoritismo do balado Vasco.
O dono da casa começou melhor em São Januário e abriu o placar logo aos 3 minutos, com o ex-alviverde Luizão (jogou em 1996-97 e, em 2000, atuando pelo Corinthians, seria novamente eliminado na Libertadores pelo Palmeiras). Ele pegou uma bola reboteada de Donizete na entrada da área e bateu de canhota. Marcos aceitou.
Dois minutos depois, Donizete bateu forte e Marcos espalmou esquisito pra frente. Não parecia ser a noite do jogador que a partir da fase seguinte seria o craque da competição.
Aos 19, mostrou o porquê. Donizete recebeu livre em posição discutível. Marcos fechou bem o ângulo e salvou o gol vascaíno.
Cascudo, o time de Felipão não sentiu o baque e foi atrás do empate. Alex se colocou entre Nasa e Zé Maria e foi criando lances. Aos 26, mandou de pé direito na trave. Aos 29, o Palmeiras chegou ao empate, com Paulo Nunes, aproveitando cruzamento (chute?) de Júnior. Na celebração, os ex-rubro-negros Paulo Nunes e Júnior Baiano dançaram em frente às numeradas do estádio, três dias depois de o Flamengo vencer o Vasco na decisão da Taça Guanabara. O zagueiro vinha sendo xingado pelos vascaínos também pela sua discutível atuação na Copa-98.
Aos 31, grande lance do maior em campo, Alex, e a virada palmeirense.
O camisa 10 quase não jogou o clássico. Felipão cogitou escalar Jackson. Optou por Alex que vinha sendo criticado. Muitas vezes injustamente por apagar em algumas partidas.
Mas ele costumava responder nos jogos grandes. Enormes como aquele. Gigante como o gol espetacular: Zinho retomou a bola na entrada da área verde e tocou para Alex um pouco antes do grande círculo. Ele arrancou pelo meio e tocou para Paulo Nunes devolver de calcanhar; Alex então deu um tapa de primeira no comando de ataque para o ponta tocar também de prima para Alex invadir a área e bater sob o corpo do goleiro Márcio, substituto do lesionado Carlos Germano (reserva de Taffarel na Copa-98). Golaço.
Ramón Menezes deixou tudo igual, aos 35. De fato, foi gol contra de Galeano, depois de escanteio do meia vascaíno. O volante alviverde subiu mais do que Mauro Galvão e do que os zagueiros palmeirenses e desviou de Marcos.
Não havia gol geográfico. Dois a dois seriam pênaltis. Não fosse um ótimo segundo tempo palmeirense. O melhor até então em 1999.
Aos 2, Alex fez 3 a 2, de sola, aproveitando cruzamento de Rogério (que entrara no lugar de Galeano), e falha de Zé Maria (que jogaria no segundo semestre de 1999 pelo Palmeiras).
Aos 5, Arce bateu falta da esquerda, quase sem ângulo, e ampliou para 4 a 2, em nova falha do goleiro Márcio.
O Vasco desmoronou. Marcos faria grande defesa em falta de Juninho, aos 19. Nem a expulsão de Júnior, aos 35, facilitou a vida carioca. Paulo Nunes quase ampliou, aos 41.
Com Alex infernal e Oséas no lugar de Evair, Felipão enfim encontrava um time para acreditar. E o palmeirense, pela primeira vez em 1999, enxergava a equipe com a confiança que nem mesmo nas conquistas da Copa do Brasil e da Mercosul em 1998 ele teve.
O Palmeiras mudava de astral e patamar na temporada.
Libertadores da América/Oitavas-de-Final
Quarta-feira, 21/abril (noite)
São Januário
Rio de Janeiro (RJ)
Juiz: Wilson de Souza Mendonça (RJ)
Renda: R$ 161 550
Público: 15 215
PALMEIRAS: Marcos; Arce, Júnior Baiano, Cléber e Júnior; César Sampaio, Galeano (Rogério) e Zinho ; Alex (Roque Júnior); Paulo Nunes e Oséas (Evair)
Técnico: Luiz Felipe Scolari
VASCO: Márcio; Zé Maria, Odvan, Mauro Galvão e Alex Oliveira; Nasa, Paulo Miranda (Luiz Cláudio); Juninho Pernambucano e Ramón (Vágner); Donizete e Luizão
Técnico: Antônio Lopes
Gols: Luizão 2, Paulo Nunes 29, Alex 31 e Ramón 35 do 1º; Alex 2 e Arce 5 do 2º
Expulsão: Júnior