O Palmeiras ganhou de 4 a 1 do Corinthians em 9 de novembro de 1964 pelo Paulistão, no Pacaembu. Filpo Núñez tinha chegado havia pouco ao Palestra Italia (estádio que em setembro daquele ano tinha sido reinaugurado como Jardim Suspenso). Naquela goleada no Derby, o Verdão começou o jogo com Valdir; Djalma Santos, Djalma Dias, Valdemar Carabina e Ferrari; Dudu e Ademir da Guia; Gildo, Servílio, Vavá e Rinaldo.
Fora Vavá, que deixaria o clube no final daquele 1964, em campo estava a base daquele time que seria chamado em 1965 como a Academia. A escola de bola do Palmeiras que jogava muito e dava aula além de espetáculo. Em 1973, com o timaço formado em 1972, aquela Academia de 1965 de Filpo viraria a Primeira Academia. O novo timaço de 1972 até 1974 seria então reconhecido como a Segunda Academia. Base da Seleção na Copa de 1974.
Trajetória histórica acadêmica que desde 1992 nomeia o CT do Palmeiras. A filosofia de futebol do time desde então – nem sempre posta em prática…
Aqui vamos recontar a campanha espetacular no Rio-São Paulo de 1965. A que levaria o Palmeiras a jogar pelo Brasil em setembro daquele ano. Começando justamente no clássico paulistano pelo torneio interestadual.
O resultado na primeira partida oficial de 1965 foi diferente daquele de novembro de 1964, na primeira rodada do Rio-São Paulo que abria oficialmente a temporada, em 24 de fevereiro. Mas o Palmeiras foi melhor no Derby, sobretudo na segunda etapa, depois de um primeiro tempo equilibrado.
A melhor jogada além dos gols foi divina. Aos 41, Ademir da Guia driblou até o goleiro Cabeção, mas Clóvis salvou sobre a linha.
Logo aos 3 minutos, o Divino fez a justiça Ademir ao marcar o primeiro gol. Lance de Rinaldo pela esquerda que tocou para Divino livre pelo volante Dino Sani, dominar com a elegância costumeira e abrir o placar. O Corinthians respondeu na saída de jogo e empatou com Ferreirinha, aos 4, depois de receber do goleador Flávio Minuano.
Aos 18, a virada alvinegra. Bazani cruzou da esquerda e Flávio se antecipou a Valdir que saiu tarde da meta. As duas equipes mandariam bolas no travessão no bom primeiro tempo.
Na segunda etapa, o empate veio com Servílio, emérito cabeceador. Aos 15, Tupãzinho lançou Gildo e o goleiro rival salvou. Na cobrança de escanteio pela direita de Gildo, Servílio marcou de cabeça contra o time onde seu pai havia brilhado também – e onde jogaria 4 anos depois. Totalmente livre no segundo pau. Mas, mesmo se marcado, provável que ganhasse o lance pelo alto.
O Palmeiras seguiu em cima mas não conseguiu a revirada. Porque o experiente goleiro Cabeção fechou o gol e só não foi o melhor em campo porque pela gramado pairava o Divino, que começava a ser reconhecido como o craque que até 1977 seria o melhor da história do Palmeiras.
Tupãzinho foi o melhor na frente. Djalma Santos não deu chances para Lima pelo seu setor.
PALMEIRAS 2 X 2 CORINTHIANS
Torneio Rio-São Paulo/Turno de Classificação
Quarta-feira, 24/fevereiro (noite)
Pacaembu
São Paulo (SP)
Juiz: Ethel Rodrigues
Renda: Cr$ 11 158 400
Público: 22 743
PALMEIRAS: Valdir; Djalma Santos, Djalma Dias, Valdemar Carabina e Ferrari; Dudu e Ademir da Guia; Gildo, Servílio, Tupãzinho e Rinaldo
Técnico: Mário Travaglini
Gols: Ademir da Guia 3, Ferreirinha 4 e Flávio 18 do 1º; Servílio 15 do 2º