Era o jogo do ofensivo Palmeiras de Filpo contra o inteligente e letal contragolpe da fechadinha Portuguesa. O tipo de partida que gostava o estrategista treinador lusitano Aymoré Moreira, ex-goleiro palmeirense, técnico campeão mundial em 1962 pela Seleção (e que seria o treinador campeão do primeiro Robertão, em 1967).
Tecnicamente irreconhecível na primeira etapa, o Verdão deu espaços sem a bola. Almir pela direita e sobretudo o infernal Príncipe Ivair, que sempre fazia muitos gols pelo Palmeiras, abriram a zaga alviverde pelas pontas, atraindo na cobertura os zagueiros Djalma Dias e Carabina. Dando mais espaço no meio para as infiltrações de Dida (campeão mundial pelo Brasil em 1958) e Aloísio.
O volante Wilson Pereira entrou para não deixar Ademir da Guia jogar. O veterano Dida mais vigilava Dudu que chegava á frente. Nair, como sempre, organizava o jogo rubro-verde. O Palmeiras errava lances usuais e estava muito bem marcado em quase todo o campo.
Tudo isso facilitado pelo gol da Lusa logo a 30 segundos. O Palmeiras ofensivo e que no turno tinha feito com Gildo um gol com menos de 10 segundos contra o Vasco, desta vez provava o seu veneno. Almir levantou bola da direita para Aloísio tabelar com Dida, que tocou na saída de Valdir.
Aos 6min, Dida lançou longo às costas de Djalma Dias para Aloísio. Ele só tocou no canto direito de Valdir. A maior desvantagem alviverde no torneio. E com menos de 10 minutos.
Sem Gildo, Filpo retornou com Servílio mais aberto pela direita, mas com liberdade para rodar e trocar de função com Tupãzinho. Não rolou na primeira etapa.
No segundo tempo, com Santo dando mais consistência que Carabina na zaga, e na base do desespero, o Palmeiras pressionou. Servílio se aproximou de Tupã e Pantera, deixando o corredor direito para Djalma Santos.
No abafa o Verdão diminuiu o placar. Rinaldo bateu da esquerda, Servílio fez corta-luz inteligente para Pantera marcar, aos 18min.
O gol deu gás e luz à Academia. A Lusa estava desgastada fisicamente. Aos 25, Djalma Santos cruzou na área para Tupãzinho emendar no travessão. No rebote, ele mesmo cruzou buscando Servílio. Mas Jair Marinho (campeão mundial em 1962) se atrapalhou e fez contra o goleiro Félix (campeão mundial em 1970).
A Portuguesa acordou e resolveu atacar como não havia feito no jogo. Muitas chances perdidas pelos dois times e placar justo ao final.
O empate deixou o São Paulo na liderança do returno. Como campeão do turno, o Palmeiras já estava classificado pada a final do torneio. Fase decisiva que só aconteceria se a Academia não ganhasse também o segundo turno…
PALMEIRAS 2 X 2 PORTUGUESA
Torneio Rio-São Paulo/Turno Final
Sábado, 8/maio (tarde)
Pacaembu
Cidade: São Paulo (SP)
Juiz: Anacleto Pietrobon
Renda: Cr$ 17 327 000
Público: 23 700
PALMEIRAS: Valdir; Djalma Santos, Djalma Dias, Valdemar Carabina (Santo) e Geraldo Scotto; Dudu e Ademir da Guia; Servílio, Tupãzinho, Ademar Pantera e Rinaldo
Técnico: Filpo Nuñes
PORTUGUESA: Félix; Jair Marinho, Ditão, Vilela e Edilson; Wilson Pereira e Nair; Almir, Dida (Viana), Aloísio (Henrique Frade) e Ivair.
Técnico : Aymoré Moreira.
Gols: Dida 30 segundos, Aloísio 6; Ademar Pantera 18 e Jair Marinho (contra) 25 do 2º