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Eu quero o Luxemburgo de 1996

(Foto: Arquivo / Agência Estado)
(Foto: Arquivo / Agência Estado)

Bruno Henrique foi o segundo melhor jogador no título do BR-18. Foi o capitão que ergueu a taça. Mereceu a renovação em 2019. Mas não vinha sendo mais o mesmo volante que dava um ótimo pé atrás e o calibrado à frente para fazer a excelente marca de 28 gols e 12 assistências em 175 jogos. Sexto artilheiro no Allianz. Terceiro com mais gols na era dos pontos corridos vedes.

Mas ele quase saiu corrido e escorraçado do clube. Vi uma postagem de amiga com ele em que ela escreveu: “obrigado por 2018 e foda-se”.

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Estamos mesmo.

Profissional sério e dedicado, deu o máximo e além dele várias vezes. Teve a mulher estupidamente ameaçada. Como eu certamente estarei lendo abaixo comentários mais rasos e rasteiros que o futebol palmeirense em 2020.

“Passa pano”, a expressão, só não passa mais vergonha dos que detonam a história de Luxemburgo como maior vencedor paulista, maior vencedor nacional, maior vencedor no Palmeiras, e, pra mim, apenas menos treinador nestes tristes e trôpegos trópicos do que Telê.

Mas o trabalho de Luxa não é legal – mesmo campeão paulista e líder na Liberta. O time não é eficiente – mesmo com apenas 4 derrotas em 2020. A equipe parece mal treinada – mesmo perdendo apenas um jogo em casa. Pouca coisa parece funcionar e pouco se espera de melhora – mesmo não tendo um senhor elenco, ainda é dos melhores para os níveis baixos da bola brasileira.

Pela grandeza da sua história, pela admiração e respeito que tenho por ele, e também por eu não ser Torquemada, Trump ou com QI de Ustra para cortar ou pedir ou torturar cabeças de ninguém, jamais vou “exigir” demissões.

Mas que Luxemburgo poderia pedir o boné e pouco seria lamentado, até ele sabe. Pelo fato de o time que antes não perdia e não jogava bem agora estar se tornando o time que joga ainda pior e agora perde e se perde.

Luxemburgo não seria o meu treinador em janeiro, embora seja o meu treinador desde agosto de 1914. Com toda a sinceridade e dor do Palmeiras, não sei mais o que dizer em outubro de 2020.

Quem eu gostaria para o lugar dele caso ele saia? O Luxemburgo de 1996.

REVISTA DA FOLHA, 1996

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