Procurei na histórias referências para usar no começo deste texto que tem como missão mostrar que nossa ficha ainda está longe de cair. Podemos, de forma racional, tentar entender que somos testemunhas oculares da história, mas esse processo é muito mais sobre emoção e saudosismo. Me lembro de ouvir Avallone dizendo com os dedos em riste sobre a goleada do PALESTRA. Sempre achei que aquela havia sido uma época de ouro que não se repetiria e que eu havia nascido no século errado.
Eu estava relativamente correto, afinal o Palmeiras dos anos 90 não existem mais. A Academia de Futebol de genialidades e nomes globais. A supremacia dos 100 gols, o time dos selecionáveis. Existe, no entanto, uma nova supremacia, mas perante ao nosso próprio passado. Estamos assistindo a um derrubar monumental de marcas que pareciam imbatíveis. O Palmeiras está atropelando sua própria sombra sem sequer notar o tamanho do feito. Normalizamos a glória, senhoras e senhores.
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Até anteontem, a Libertadores era a obsessão, mas hoje ela é costume. Ela é quintal de casa. Ela é uma noite comum com um OITO a um visto por palmeirenses tranquilos e calmos. Depois de um quatro a zero na final do Paulistão e outro quatro a zero na estreia da competição na qual o Verdão já é tri. É também aquele que mais fez gols, que mais vezes participou, que mais isso, mais aquilo, mais aquele outro. Libertadores era drama, mas hoje é samba. É um terreno conhecido que pode assistir a um tricampeonato consecutivo. Você duvida? Eu não.
Caras e caros, foi um oito a um. Foram sete gols em meio tempo. Os rivais estão enlouquecidos e tentando mandar Abel Ferreira para a %#$! Eles não entendem como que um time pode jogar com seus reservas e não parar de atacar mesmo com 4, com 5, 6, 7, 8. Não fosse o final dos 90 minutos, o décimo chegaria. João Martins estava emputecido, como de hábito, mesmo com o sétimo. Só esboçou uma reação à Guardiola quando Raphael Veiga, que é argentino, mandou na gaveta. Até ele deve ter pensado: ‘Que absurdo’.
E na coletiva pós história, o segundo melhor treinador em atividade no Brasil, ainda bravo, disse que números não garantem títulos, pediu foco e cerrou os punhos. Talvez esteja aí o segredo de tanta história sendo escrita e descrita por eles. Mais uma vez, reitero em texto que o elenco comandado pelos portugueses não é excelente, como outros do país, mas é de longe o que mais entrega, o melhor gerido e o mais acostumado a vencer. Além de lealdade em padrão, esse Palmeiras segue transformando comum em campeão.
Falamos aqui sobre privilégios, lembram-se? Então, queridos palmeirenses, reparem e parem para pensar sobre tudo. Sobre o que vocês vivemos nos últimos 4 meses. Nos últimos dois anos. Nos últimos jogos de nossas vidas, por enquanto. Eu não sei qual a próxima grande história que esse elenco há de contar, mas de antemão já agradeço. Aos que jogam melhor, aos que jogam pior, aos que eu gosto mais e aos que gosto menos, mas a todos eles por serem parte do maior Palmeiras que eu vi jogar.
Vivi a história. Exclamação.
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