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Família Palmeiras: a escolha de Sophia, princesa do Palestra e rainha no Egito

Família Palmeiras: a escolha de Sophia, princesa do Palestra e rainha no Egito

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A ESCOLHA DE SOPHIA: KENO

Sophia tinha seis anos quando viu Keno pela primeira vez no Allianz Parque. Ela gostou da velocidade do ponta palmeirense. Dos dribles. Do jeito dele. Ouviu outros torcedores o elogiando. Não teve dúvidas. Quando saiu do estádio, comentou com a mãe Tati: “Eu queria ser filha do Keno! Eu ia ver ele todos os dias!”

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Tati sabe o que é esse sentimento. Família inteira de alviverdes, cresceu vendo futebol com o pai. Paciente, ele a ensinou sobre tudo do jogo. Na TV e nos estádios. O pai a levava com os dois irmãos palmeirenses em muitos jogos. Clássicos também quando não havia tanta violência e menos ainda a institucionalização da intolerância que é a torcida única.

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O pai que fez a família palmeirense morreu no dia do aniversário de Tati, em 2008. Ele pôde conhecer o primogênito dela – Cauã. Pelo pátrio poder, o mais velho virou Corinthians como o pai. Mas quando nasceu Sophia, Tati fez valer o cordão umbilical: “o menino você levou pro seu lado. Mas a filha é minha. Vai ser palmeirense”.

Dito e feito. Na barriga da mãe, em 2009, já ia ao velho Palestra. Desde muito pequena Sophia vai aos estádios. Com a reforma de casa, foi ao Pacaembu, mandou em Barueri. Algumas vezes entrou com o time como mascote. Mas não tinha um jogador para chamar de seu até aquela partida do Keno.

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Ele virou a foto dela no WhatsApp. Ela quis uma camisa com o nome do Keno nas costas. Não achou. Ficou irritada com a falta de respeito do mercado a respeito. Então não teve dúvida. Pediu um cavalinho do “Fantástico” com a camisa do Palmeiras e escreve ela mesma o nome do Keno na camiseta do bichinho.

O kavalinho agora vai aos jogos, pra escola, pra dormir com a Sophia. E foi com ela pro jogo contra o América Mineiro.

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Quando ela conseguiu entrar no gramado. Com o time perfilado. Abraçado ao Keno querido na hora do Hino do MEU PALMEIRAS, MEU PALMEIRAS.

Do “meu Keno” da nossa Sophia.

Antes de sair do gramado, ela ainda disse a ele:

  • Finalmente eu consegui realizar meu sonho de te conhecer.

Não teve dia mais feliz para ela.
Pouco antes do Egito levar o Keno da Sophia.

Ela ainda tem o cavalinho. No espetáculo da Pequena Sereia fez questão de sentar na poltrona 11. Mesmo quando um adulto mais alto impediu a visão, não quis trocar com Tati pela 13.

  • Não, mãe. Estou no número da camisa do Keno no Palmeiras!.

Sophia terá novos ídolos. O velho Palmeiras. Mas essa paixão de criança foi jogar no Egito.

Como em 3 de setembro de 1975, como meu “presente” de 9 anos de vida, o Atlético de Madrid levou Luís Pereira e Leivinha para a Espanha.

Foi a primeira sensação de perda da minha vida. A que me fez chorar 38 anos depois quando contei essa história pro Leivinha. A que conto agora pro Luisão na biografia que vamos contar a história do nosso maior zagueiro.

O Keno foi embora, Sophia. Mas tenho certeza que todo jogo ele vai sempre lembrar dessa menina fofa e linda como o Palmeiras que o fez sentir ainda mais nosso. Mesmo não sendo mais.

Você não vai conseguir vê-lo todos os dias. Ainda mais na África. Mas saiba que você já foi adotada por ele. Coração de ídolo é como de mãe e como de torcedor. Sempre cabe mais um.

Você escolheu Keno e o Palmeiras te acolheu, Sophia.