Há uma semana, na mesma hora em que acabou o pavoroso Palmeiras 1 x 1 Goiás deste sábado, futebolixo do mesmo nível abissal do zero a zero com gols contra o Fluminense, eu estava com meu filho buzinando pelas ruas paulistanas. A celebração possível pelo isolamento obrigatório. Distanciamento coletivo como o do Palmeiras em campo. Com alguns focos de aglomeração proibitivos, também.
Há uma semana, comemorando os emocionantes pênaltis contra o maior rival, também celebramos o final do pior Paulistão visto. Não só pela pandemia. Também pelo nível muito baixo do jogo ruim.
Qualquer torcedor sabe e reconhece isso. Não sempre qualquer jornalista. Bedéis de sentimentos alheios que em vez de invocarem a centenária paixão invocam com quem a comemora. Não é alienação dos problemas comemorar um estadual contra o maior rival e do jeito que foi. Alienado é quem acha que a conquista do título resolve os problemas escancarados ainda mais depois de duas medíocres atuações.
Coisa que todo torcedor sabe. Não precisa de burra burra bairrista para jogar na fuça à força.
Dudu faz muita falta. Sem Veron, e com a fase do afobado Roni, mais ainda. Willian está mal tecnicamente – algo raro. Luiz Adriano está isolado. Lucas Lima, quando joga e quer jogo, tem sido o melhor dos armadores. Para ser ter ideia da falta delas.
Patrick de Paula não pode resolver tudo. Gabriel Menino ainda é instável. Ramires não tem sido. Como os laterais mal têm apoiado. O 4-3-3 tem sido a melhor opção. Mas mal aproveitada também porque o treinador não tem acertado a mão. A escalação. As ideias.
Daí pedir a cabeça de Luxemburgo é outra história.
Ramirez do Independiente del Valle é ótimo nome. Heinze também.
Mas pra agora?
Também não sei.
Como parece que o Palmeiras desaprendeu a jogar.
Como parece que colegas esquecem que futebol é muito mais do que saber o que é jogo apoiado. É entender que apoiar o clube é muito mais importante.
Ainda que dê razões para desgostos, esgotamentos, raiva ou depressão.