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Felipe Scolari: o resgate de quem somos

Felipão comemora título da Libertadores de 1999 (Foto: Acervo Histórico/Palmeiras)
Felipão comemora título da Libertadores de 1999 (Foto: Acervo Histórico/Palmeiras)

Final da Copa do Mundo de 2002. Luiz Felipe Scolari estava convencido de uma vitória sobre a Alemanha. Os alemães, se ganhassem, se igualariam ao Brasil em campeonatos mundiais, quatro para cada lado. Mas a história foi sonhada antes. A vitória da Seleção Brasileira não trouxe apenas o quinto título, como principalmente a hegemonia do futebol brasileiro sobre o mundo. O mesmo quadro do Palmeiras hoje: o maior campeão brasileiro em busca de mais uma consagração.

Essa ideia de sonhar com o futuro imediato é algo que todo palmeirense nasce sabendo. Alto grau de imprevistos e acidentes, mas também, um grito desejado e intensamente sonhado. Algo que temer, algo que lutar, aquele que tira o sono, que traz nervosismo no calor da noite, na ansiedade de uma véspera. Mais do que fascínio exercido, o que sentimos é a única verdade que se pode extrair.

Felipão voltou. O Palmeiras estava começando a ganhar o Campeonato Brasileiro. Uma nova equipe, novas cobranças, um elenco caro com a obrigação de vencer. Seria preciso ter muita convicção e, por consequência, muita coragem profissional. Mas não era o que faltava a esse senhor de bigode. Seu sexto título alviverde está a caminho.

Na Argentina existe o famoso “sentido de pertenencia”, os valores do clube estão em seu torcedor. É algo poético, vocês conhecem. E no Palmeiras do Felipão deste ano tenho visto essa identidade sendo resgatada, da arquibancada para o campo.

Hoje o que posso ver é um TODO. Algo completo, uma única parte, todos pertencem ao mesmo, todos formam um. Uma equipe vencedora se constrói através de uma identidade. Nossa identidade é o Palmeiras. Você pode ter bons resultados, jogadores técnicos e uma tática bem montada, pode ter estrutura e estabilidade, mas nenhum time sai do lugar se seus “pertencentes” não estiverem olhando para o mesmo lado. E nós estamos! Voltamos a ser família.

Em sua primeira passagem, pediu pela contratação de Paulo Nunes, que fez gol na final da Copa do Brasil de 1998. Também postulou a chegada de Arce, autor do primeiro gol da campanha do título da Libertadores de 1999, contra o Corinthians. Hoje, é o mesmo que fez Deyverson desencatar, que mudou a fase do Dudu e o chamou de filho, é dono de um time que cresceu junto. São 19 jogos invictos e o topo da tabela.

Comemorar mais um campeonato é nossa maior obsessão. Mas não existe nada como voltar a uma posição que sempre nos pertenceu. O Palmeiras é o maior campeão brasileiro, é gigante, é temível. Não queremos ser classificados como o melhor elenco, mas com uma história que pesa. Que o Brasileirão deste ano seja apenas o impulso. Nós sonharemos juntos. Felipão nos resgatou outra vez.