(Foto: Cesar Greco/Agência Palmeiras)
O Palmeiras segue como favorito para a final do SP-20. Mas tem que jogar mais para superar um rival que supera as próprias fragilidades.
Meu palpite no bolão da firma era um zero a zero tecnicamente fraco. Derby chato. Mas foi ainda pior. Como o pior Paulistão que já vi. E não apenas pela parada que afeta a qualidade do jogo.
Clássico sem público, sem graça, sem futebol, sem ousadia, sem alma. Fora uma desnecessária treta aos 41 minutos entre Vital e Roni, nem isso teve. Raphael Claus foi bem. A entrada dura de Jô em Gomez para mim era para amarelo. Laranja no máximo.
Mas o jogo foi mesmo bege. Off-white. Descolorido.
Primeiro tempo diferente dos últimos Derbys em que o Corinthians foi bem melhor (ou bem mais vitorioso) do que o Palmeiras. O dono da casa foi ligeiramente superior nos 45 minutos iniciais de nível inferior. Teve mais chances (3 x 2). Mas nem tantas. Trabalhou melhor a bola. Buscou mais o gol em Itaquera. Também porque Tiago repetiu a base e a ideia dos últimos jogos. Fagner e Carlos saindo mais e melhor para o ataque. Luan enfiando belíssima bola para Ramiro bater mal, aos 27, para ótima defesa do goleiro alviverde. Vital mais vivo e obrigando Weverton a fazer defesa espetacular aos 30. Jô dando alternativas.
Mas ainda assim pouco futebol. Normal para uma decisão sempre nervosa. E ainda mais para um SP-20 carecente.
As duas oportunidades palmeirenses foram um escanteio que ninguém soube aproveitar aos 36. E uma bola isolada pelo primeiro volante Ramires no único bom lance do ainda mais isolado Luiz Adriano. Os dois que seriam substituídos no intervalo. E com razão.
O centroavante ficou muito esquecido no repaginado 4-1-4-1, sem o apoio e a dinâmica usuais de Patrick de Paula e Gabriel Menino (em noite irreconhecível). Ramires ajudou a proteger a zaga que foi bem com Luan e Gomez. Mas ficou mais equilibrada com Bruno Henrique na cabeça da área que sabe fazer melhor do que Ramires. Willian poderia entrar no lugar de Luiz Adriano, do afoito Roni, ou de Zé Rafael que pouco ajudou Viña que voltava de longa inatividade.
O Palmeiras até foi melhor no tempo final. Teve uma falta de Bruno Henrique bem defendida por Cássio, aos 25, e um tiro perigoso de Willian, aos 28. Luxemburgo terminou o jogo mudando de novo a equipe para um 4-2-3-1, recuando Patrick para armar com BH, Veiga entrar mal pelo meio, Angulo estrear mal pela esquerda, e Scarpa seguir discreto pela direita
Foi muito pouco. Ainda assim muito mais do que o Corinthians que não chegou à meta de Weverton na segunda etapa. Nenhuma chance alvinegra em todo o segundo tempo que fedia à empate. E deixou mesmo um mau gosto de um futebol desgostoso.
A final segue aberta. O Palmeiras ainda tem mais time, elenco, futebol e chances.
Mas depois de partida tão pálida, novo empate que levaria aos pênaltis não pode ser descartado.
O que não pode é ser outro clássico tão ruim.
O Derby não pode ser só isso.